Campanha de Doria continuará a exibir propaganda que mostra França obeso

A campanha de França questionou o vídeo por esse aspecto e, também, porque afirmou se tratar de ofensa ao governador

24 SET 2018 • POR • 14h59
França disse, no sábado, que o vídeo era desumano - Wilson Dias - Agência Brasil

A campanha de João Doria, que disputa o governo de São Paulo pelo PSDB, continuará a exibir um propaganda que compara imagens do governador Márcio França (PSB) obeso com fotos após ter feito cirurgia bariátrica, como forma de vincular o pessebista a Lula e ao PT.

A peça havia sido suspensa pela Justiça Eleitoral no domingo (23) porque não era possível identificar a autoria da propaganda. A inscrição da coligação estava em fonte preta sobre um fundo preto. Segundo a campanha de Doria, esse problema foi resolvido e o comercial poderá continuar a ser exibido normalmente.

A campanha de França questionou o vídeo por esse aspecto e, também, porque afirmou se tratar de ofensa ao governador.

O juiz Maurício Fiorito só viu irregularidade no primeiro argumento. Na liminar, escreveu que a propaganda "não extrapolou os limites da liberdade de expressão e direito à crítica constitucionalmente assegurados, não acarretando em possível lesão à honra do candidato".

A peça, que foi ao ar a partir de sábado (22), exibe imagens do governador obeso e, depois, mais magro após uma cirurgia bariátrica. A narração afirma que "parecem dois candidatos diferentes, mas a história é uma só" e busca associar o pessebista, que foi vice-governador de Geraldo Alckmin (PSDB), ao ex-presidente Lula e ao PT.

França disse, no sábado, que o vídeo era desumano.

João Doria
Doria negou que a propaganda que exibe o governador Márcio França (PSB) obeso e com fotos após a cirurgia bariátrica seja gordofóbica. Segundo ele, o intuito da peça é mostrar que o candidato sempre apoiou a esquerda.

"Márcio França é um homem de esquerda, disfarçado dentro da bandeira socialista. Ele diz que é o novo, mas é o velho disfarçado de novo", afirmou.

Ele disse ainda que França é "um esquerdista querendo se disfarçar e entrar pela porta dos fundos dizendo que é o novo". Doria acusou o oponente de mudar a cor do PSB pra laranja e usar a letra "M" da Fundação Roberto Marinho e listou ações de França, que segundo ele apoiou Lula, o PT e a campanha de Fernando Haddad em 2012.

O tucano falou com jornalistas durante ato de campanha em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo.