Santos busca solução para o lixo marinho

A Cidade deu início a uma parceria com a Agência de Proteção Ambiental da Suécia, já que o país é um dos pioneiros a acabar com o lixo

19 SET 2018 • POR • 08h30
O lixo marinho é um problema que aflige o mundo todo - Rodrigo Montaldi/DL

O lixo marinho é um problema que aflige o mundo todo, mas as cidades litorâneas, por motivos óbvios, acabam lidando com a questão diretamente. Buscando amenizar os impactos, ONG’s, cidadãos comuns e órgãos públicos trabalham em busca de soluções e, principalmente, de uma forma de conscientizar as pessoas. Mas, porque mesmo com grandes campanhas e a divulgação quase que diária dos riscos da poluição marinha, a sociedade não muda o comportamento?  

Para tentar solucionar a questão, Santos deu início a uma parceria com a Agência de Proteção Ambiental da Suécia, já que o país é um dos pioneiros a acabar com o lixo.

“Há uma falha na nossa comunicação, então queremos aprender como mudar isso com a Suécia. Eles têm um plano de comunicação brilhante e conseguem transformar informações, às vezes muito técnicas e chatas, em algo que as pessoas se identificam e mudam, de fato, os hábitos”, explica Gabriela Otero, coordenadora técnica da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) e coordenadora do projeto de cooperação entre Santos e a Suécia.

Para explicar detalhes de como o estudo será encaminhado, membros da delegação do país estiveram na cidade ontem pela primeira vez.  

O projeto começou em julho deste ano e terá 12 meses de duração, divido em oito etapas, entre elas: coleta de resíduos em área de mangue e faixa de areia para composição do banco de dados; identificação dos resíduos e origem do descarte; estimativa e apontamento dos erros na gestão em solo que facilitam a chegada deles ao mar. Após o diagnóstico, um plano de ações será apresentado com o objetivo de reverter a situação.

A expectativa é de que, em 45 dias, esse levantamento esteja concluído. Em novembro, dois servidores da equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Santos serão capacitados por técnicos da ISWA/Sepa na Suécia.
Durante cinco dias, terão contato com prefeituras suecas para saber como lidam com a questão do lixo.  

De volta a Santos e com as informações levantadas em cada etapa, técnicos daqui e da Suécia trabalharão em cima de sugestões de ações prioritárias, além de debates municipais e de outras entidades em workshop previsto para o início de 2019. Dessa forma, será traçado um plano estratégico para Santos eliminar o lixo marinho, com ações de curto, médio e longo prazos.

A pesquisa, que não tem ônus para a Prefeitura, é fruto de uma parceria que envolve a Administração Municipal, Sepa e a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), que no Brasil é representada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Como é na Suécia

O país europeu não possui aterros sanitários e não utiliza a palavra “resíduo”, já que todo lixo é reaproveitado integralmente como recurso, seja por meio da reciclagem, da recuperação energética ou do aproveitamento da fração orgânica.