França repudia declaração de general Mourão sobre nova Constituição

Em seu discurso, o governador ainda voltou a defender os serviços públicos, tema que vem reiterando em sua campanha

14 SET 2018 • POR • 17h20
Márcio França (PSB) repudiou a declaração do general Hamilton Mourão (PRTB) - Divulgação/Facebook

Após participar de um evento na Bolsa de Valores na manhã desta sexta-feira (14), o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), repudiou a declaração do general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), em que afirmou ser favorável à elaboração de uma nova Constituição, sem a realização de uma constituinte.

"A Constituição da República diz, em seu primeiro artigo, que todo o poder emana do voto, e é em nome dele que é exercido. Não há hipótese de poder sem voto. Sem voto, sem eleição, não tem democracia", afirmou França, candidato à reeleição.

"A gente [os políticos] pode ter problema, pode ter defeito, mas a gente tem liberdade de poder expressar e, de dois em dois anos, você vota de novo e troca se não gostar. Agora, sem eleição, sem voto, é inadmissível. Não tem nada a ver com o que a gente pensa pro Brasil."

Em seu discurso, França ainda voltou a defender os serviços públicos -tema que vem reiterando em sua campanha- e disse que quem nunca administrou nada público tem menor capacidade de gestão do que quem tem experiência com cargos estatais.

Soou como uma cutucada em seus adversários eleitorais, ambos empresários, João Doria (PSDB) -que emplacou o bordão "não sou político, sou gestor"- e Paulo Skaf (MDB), presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Estou completando 30 e poucos anos de vida pública. Não vi em nenhum lugar, nem aqui na Bolsa, alguém que não seja especialista em alguma coisa dar certo", afirmou o governador.

França participou de evento promovido pelo CLP (Centro de Liderança Pública) para premiar os estados com melhores índices de competitividade. Estava acompanhado pelos aliados do PSB Rodrigo Rollemberg, governador do Distrito Federal, e Ricardo Coutinho, da Paraíba.