Skaf diz que não houve pagamentos indevidos em obras do Sesi

O candidato falou sobre dois problemas apontados nos documentos: o Teatro Sesi de Ribeirão Preto e a escola de Barretos

28 AGO 2018 • POR • 21h30
Paulo Skaf (MDB), afirmou nesta terça (27) que a entidade não fez pagamentos indevidos em obras, apesar de documentos mostrarem que sua gestão ignorou suspeitas de irregularidades apontadas pela área técnica - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente licenciado do Sesi de São Paulo, Paulo Skaf (MDB), afirmou nesta terça (27) que a entidade não fez pagamentos indevidos em obras, apesar de documentos mostrarem que sua gestão ignorou suspeitas de irregularidades apontadas pela área técnica.

Skaf, que é candidato ao governo de São Paulo, foi questionado a respeito dos documentos obtidos pela Folha de S.Paulo em entrevista à EPTV, afiliada a TV Globo em Campinas (SP).

"O Sesi nunca pagou nada sob suspeita", disse Skaf. "Tudo o que foi pago foi com laudos técnicos, comprovação, corretamente. Nunca houve qualquer pagamento do Sesi indevido. Sempre aquele valor contratual foi o que foi pago e as obras recebidas foram obras que estavam em condições de serem recebidas."

"Eu como presidente do Sesi fiz 10 mil obras. Nós estamos falando sobre alguns problemas que surgiram, mas não foram subfaturamentos ou superfaturamentos, nada", disse o emedebista. "No Sesi tudo é direitinho. Tudo é correto, tudo é honesto e assim foi feito."

Como revelado pela Folha de S.Paulo, laudos e apurações que apontavam indícios de superfaturamento e falta de comprovação de serviços em obras foram ignorados e, em alguns casos, substituídos por documentos que não mencionavam esses problemas.

O candidato ainda falou sobre dois problemas apontados nos documentos: o Teatro Sesi de Ribeirão Preto e a escola de Barretos.

Em Ribeirão, um engenheiro eletricista elaborou parecer negativo para obra do teatro, dizendo que havia problemas elétricos que comprometiam "gravemente a integridade física e material de todos os envolvidos no empreendimento". O teatro, que passou por problemas estruturais, foi fechado em 2012 e assim permanece até hoje.

Em Barretos, empresa que ficou em segundo lugar em uma licitação assumiu uma obra que foi abandonada por outra empreiteira e apresentou um laudo de R$ 2,7 milhões para finalizá-la. Engenheiros do Sesi à época disseram que era necessário apenas R$ 1,5 milhão para que a obra fosse refeita.

Mas, segundo um ex-funcionário, a Diretoria de Obras pediu que o valor fosse modificado para R$ 2,2 milhões. Novo parecer foi elaborado para aproximar a construção do valor mais alto, com itens que, segundo um engenheiro fiscal, não seriam feitos.

Skaf disse que, a respeito da obra de Ribeirão Preto, os problemas elétricos foram sanados mas houve um problema estrutural que colocava em risco a vida das pessoas. Por isso, o teatro foi fechado.

"O teatro ficou imediatamente fechado, contratamos uma auditoria para verificar quais os problemas estruturais, chamamos a responsabilidade à construtora, que assumiu, acertou e quando me licenciei do Sesi já estava tudo bem encaminhado para ser inaugurado partir do primeiro semestre do ano que vem", disse.

No entanto, a construtora Citycon, que fez o teatro, diz que não tem qualquer responsabilidade pelo seu fechamento e que, anos depois, fez apenas "pequenas manutenções absolutamente normais em uma edificação com mais de três anos da sua entrega".

Já sobre Barretos, Skaf disse que a mudança de valor foi porque "houve questões a serem acertadas na obras", como "algumas coisas que não estavam previstas inicialmente", que geraram o aumento do custo.