Duas vidas transformadas pelo voluntariado

O voluntariado, cuja data é celebrada no Brasil em 28 de agosto, mudou as vidas de duas mulheres que se dedicam, há mais de cinco anos, a auxiliar os idosos do Lar Vicentino, em São Vicente

28 AGO 2018 • POR • 11h37
O voluntariado, cuja data é celebrada no Brasil em 28 de agosto, mudou as vidas de duas mulheres que se dedicam, há mais de cinco anos, a auxiliar os idosos do Lar Vicentino, em São Vicente - Bárbara Farias/Divulgação

Ser voluntário é doar a si mesmo, seu talento, seu conhecimento, saber ouvir, falar uma palavra que pode erguer alguém ou prestar um serviço qualquer em troca apenas da gratidão daquele que foi ajudado.
Muita gente está engajada nessa corrente do bem, transformando vidas e encontrando um sentido na própria. O voluntariado, cuja data é celebrada no Brasil em 28 de agosto, mudou as vidas de duas mulheres que se dedicam, há mais de cinco anos, a auxiliar os idosos do Lar Vicentino, em São Vicente. 

A morte do marido em 2012, após 41 anos de casamento, abalou profundamente a dona de casa Rosangela Arruda Matos, de 67 anos. Com as filhas criadas e já encaminhadas na vida, avó de cinco netos, Rosangela foi tomada pela tristeza e pelo sentimento mais devastador, a solidão. O vazio era insuportável. Então, ela decidiu buscar um novo sentido para viver. E o encontrou a poucas quadras de distância de sua casa, no Lar Vicentino Assistência à Velhice, em São Vicente, onde é voluntária há cinco anos e seis meses. 

Ela, que chegou no Lar Vicentino para acolher, acabou acolhida pelos idosos que lhe deram o apelido carinhoso de Rosinha. E é assim que ela gosta de ser chamada até hoje.

“Aqui é tudo pra mim. Nem imagino o dia em que eu não puder mais vir aqui. Eu chego de manhã aqui e sou recebida com muito carinho. É muito gratificante. Estou muito feliz de estar aqui”, declara Rosinha.
“Eu gosto muito dela. Conversamos bastante. É uma companhia todo dia. A Rosinha é uma amiga que eu ganhei”, afirma Josefa Nunes, residente no Lar ­Vicentino.  

Rosinha elogia o atendimento prestado pelo Lar Vicentino aos idosos. “Aqui é tudo organizado, os horários das refeições, das atividades, tudo, mas a solidão é o que mata, e a presença dos voluntários e dos familiares, o convívio familiar, é muito importante”, afirma ­Rosinha.

Tanta dedicação e amor aos idosos teve o merecido reconhecimento. Rosinha foi a voluntária indicada pelo Lar Vicentino para conduzir a Tocha Olímpica Rio 2016, durante sua passagem pela Baixada Santista, representando a instituição. 

“A pessoa que estiver triste em casa, sem fazer nada, procure uma creche, um lugar como esse, leve uma palavra, um sorriso a quem necessita porque a gente recebe muito mais em troca. Não sou eu que dou pra eles, eles é que me dão, eles é que me ensinam”, declara Rosinha.

Toda quinta-feira, a dona de casa Simoni Guimarães, de 48 anos, sai de casa cedo e pega duas conduções para chegar ao Lar Vicentino, no Parque São Vicente. Ela mora no bairro Flórida Mirim, em Mongaguá, na divisa com Itanhaém. Simoni é voluntária na instituição desde abril de 2012, e, atualmente, é coordenadora dos ­voluntários. 

“Quando eu entrei aqui e vi esse lugar maravilhoso, eu achava que eles estavam esquecidos pela família e não é bem assim. Então, eu me encantei, me apaixonei. Vai fazer seis anos que estou aqui. Eu cheguei achando que eu ia cuidar deles, mas são eles que cuidam de mim. Isso faz eu ter um amor muito grande por eles, pelo que eu faço e não consigo mais viver sem isso aqui”, declara Simoni.

Simoni coordena um grupo de 25 voluntários no Lar Vicentino. “Nós temos um grupo bem engajado, maravilhoso. Nós somos em 25 pessoas que têm amor pelo que faz. De segunda a segunda tem voluntário aqui. Fazemos uma reunião menwsal, onde a gente decide tudo o que vai fazer no mês, em parceria coma Kelly (assistente social do Lar Vicentino). 

“O que eu faço com eles aqui é conversar, escutar, brincar, interagir, ver quando tem algum muito tristinho, ‘apagadinho’. A pessoa que tem um tempo disponível, venha ser voluntária porque não tem coisa melhor no mundo. Quanto mais amor você dá, mais amor recebe em troca”, diz. “O que me marca são as histórias de vida de cada um. Aprendi muito com eles porque eles têm muito o que nos ensinar”, conclui ­Simoni. 

Para ser voluntário é necessário ter entre 18 a 60 anos. O Lar Vicentino fica na Rua Carijós, n? 139, no Parque São Vicente, em São Vicente. O horário de atendimento é de segunda a sexta-fweira, das 8h às 17h, e sábado, das 8h às 12h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3468-5750.