Greve da Estiva chega ao fim depois de três dias

Os cerca de 2.500 estivadores avulsos e vinculados de Santos iniciam, o movimento na quarta-feira (1º), nos terminais de contêineres

3 AGO 2018 • POR • 08h15
A segurança nos terminais de contêineres foi elevada para o nível 2, o que possibilita à Polícia Militar intervir para manter a ordem - Rodrigo Montaldi/DL

A greve dos estivadores do Porto de Santos chega hoje ao seu terceiro e último dia. Na noite de quarta, os cinco diretores e três trabalhadores detidos pela Polícia Federal, após entrarem em um navio no Terminal da Libra, foram liberados. A segurança nos terminais de contêineres foi elevada para o nível 2, o que possibilita à Polícia Militar intervir para manter a ordem.

Os cerca de 2.500 estivadores avulsos e vinculados de Santos iniciam, o movimento na quarta-feira (1º), nos terminais de contêineres.

“A câmara de contêineres do Sopesp ignora, menospreza e desrespeita os estivadores”, diz o diretor social e de imprensa do sindicato, Sandro Olímpio da Silva ‘Cabeça’.
Sopesp é o sindicato patronal dos operadores portuários do estado de São Paulo, que, segundo ele, não respondeu às reivindicações dos estivadores e jogou a negociação deste ano para a data-base de 2019. Nos terminais do cais público e especializados, o sindicato patronal, segundo Sandro, quer retirar direitos, como a ‘dobra’ após a jornada não cumprida integralmente. “O desrespeito aos avulsos e vinculados pelos terminais BTP, Libra, Santos Brasil e Ecoporto se arrasta desde 2015, quando disseram que só renovariam o acordo coletivo de trabalho com uma condição”, diz.

Sandro explica que os empresários queriam, há três anos, que a categoria aceitasse, ao final do acordo, em 2017, a desobrigação de requisitar mão de obra ao Ogmo. O sindicato e os trabalhadores consideraram a imposição um desrespeito. Daí em diante, as negociações não avançaram, foram para dissídio e se transformaram em batalhas judiciais.

Outro lado

As empresas componentes da Câmara de Contêineres do Sopesp, vem a público manifestar sua indignação com o movimento grevista deflagrado pelo Sindicato dos estivadores, em especial quanto a invasão de terminal e de navio. No lugar da negociação coerente, o Sindicato dos Estivadores parte para atitudes de confronto, abusividade e ilegalidades.

Com relação à data base deste ano as empresas já aplicaram o reajuste das remunerações de todos os trabalhadores, vinculados e avulsos de estiva, com base no índice integral do INPC.

Não há nenhuma data base pendente desde 2.015, como de forma inverídica afirma o Sindicato dos Estivadores. Em todos os anos as empresas de contêineres aplicaram os mesmos reajustes que foram praticados para todos os demais trabalhadores.

No que se refere à proporção de escalação vinculados e avulsos, tais empresas mais uma vez esclarecem que estão cumprindo integralmente o Acórdão do TST, que foi definido em um processo judicial iniciado pelo Sindicato dos Estivadores.

Mesmo com tal decisão judicial, as empresas de contêineres informaram ao Sindicato dos estivadores, que estariam dispostas a analisar alguma proposta, para utilização de avulsos a partir de março de 2.019, quando, segundo essa decisão judicial (Acórdão), não haverá mais a obrigatoriedade de escalação de avulsos, pois passará a vigorar a livre requisição.

As empresas aguardaram por três meses alguma proposta e somente em 19/07 o Sindicato dos Estivadores apresentou uma proposta, exigindo definição das empresas em menos de uma ­semana.  

As empresas responderam dentro do prazo, informando que a proposta era inviável, porém reforçando que ainda há tempo para continuar negociando até março de 2.019.

No lugar de buscar negociação, o Sindicato dos Estivadores decidiu novamente radicalizar, gerando nova greve que apenas cria confusão, impacta a normalidade das operações portuárias, prejudicando a imagem e a competitividade do Porto de Santos.

Também as empresas de contêineres rechaçam a falsa informação do Sindicato dos Estivadores, de que haveria utilização de mão de obra estrangeira.

Mais uma das mentiras repetidas de forma irresponsável e leviana dos dirigentes sindicais.

As empresas realizam suas operações, cumprindo todas as normas de segurança e com mão de obra brasileira e legalmente contratada. As empresas de contêineres finalmente lamentam, que novamente o Sindicato tenha inviabilizado mais esta tentativa negocial e se valha de atos ilícitos que maculam o constitucional direito de greve dos trabalhadores.