Estivadores começam greve de três dias nesta quarta-feira

Também nesta quarta, das 7 às 13 horas, haverá greve da categoria no cais público e nos demais terminais especializados do porto, que voltarão às atividades normais no início da tarde

31 JUL 2018 • POR • 20h20
Estivadores avulsos farão greve de três dias - Divulgação

Os cerca de 2.500 estivadores avulsos e vinculados de Santos iniciam, nesta quarta-feira (1º), a greve de três dias nos terminais de contêineres aprovada em assembleia na quinta-feira passada (26).

Também nesta quarta, das 7 às 13 horas, haverá greve da categoria no cais público e nos demais terminais especializados do porto, que voltarão às atividades normais no início da tarde.

“A câmara de contêineres do Sopesp ignora, menospreza e desrespeita os estivadores”, diz o diretor social e de imprensa do sindicato, Sandro Olímpio da Silva ‘Cabeça’.

Sopesp é o sindicato patronal dos operadores portuários do estado de São Paulo, que, segundo ele, não respondeu às reivindicações dos estivadores e jogou a negociação deste ano para a data-base de 2019.

Nos terminais do cais público e especializados, o sindicato patronal, segundo Sandro, quer retirar direitos, como a ‘dobra’ após a jornada não cumprida integralmente.

“O desrespeito aos avulsos e vinculados pelos terminais BTP, Libra, Santos Brasil e Ecoporto se arrasta desde 2015, quando disseram que só renovariam o acordo coletivo de trabalho com uma condição”, diz.

Indignação

Sandro explica que os empresários queriam, há três anos, que a categoria aceitasse, ao final do acordo, em 2017, a desobrigação de requisitar mão de obra ao Ogmo.

O sindicato e os trabalhadores consideraram a imposição um desrespeito. Daí em diante, as negociações não avançaram, foram para dissídio e se transformaram em batalhas judiciais.

O secretário-geral do sindicato, Josué Sampaio ‘China’, diz que a categoria tenta, todo ano, trazer as reivindicações para negociação. “Mas a câmara de contêineres insiste em empurrar com a barriga”.

Nesta data-base de 2018, segundo os sindicalistas, não foi diferente. O sindicato apresentou uma proposta e esperava a contraproposta dos operadores, apostando na mesa de negociação aberta.

“Mais uma vez”, diz Sandro, “os patrões mostraram apenas o desrespeito aos trabalhadores. Simplesmente disseram que aceitam negociar em 2019, passando por cima da data-base deste ano”.

“Agem da mesma forma desde 2015”, completa China, “gerando o clima de indignação da categoria. Os estivadores estão revoltados com essa postura e entendem que a única saída é a greve”.