Universitário que morreu após ser espancado é sepultado sob forte comoção

Segurança que foi flagrado em vídeo dando 12 golpes em Lucas Martins teve a prisão decretada e está foragido

30 JUL 2018 • POR • 21h33
Mãe de Lucas Martins de Paula é abraçada durante o velório na tarde desta segunda-feira (30) - Rodrigo Montaldi/DL

Sob forte comoção, o corpo do estudante de Engenharia Elétrica Lucas Martins de Paula, de 21 anos, foi sepultado na noite desta segunda-feira (30) na Memorial Necrópole Ecumênica, no Marapé, em Santos. Ele foi agredido por ao menos um segurança na saída do Baccará Bar & Grill na madrugada do último dia 7 e morreu na noite deste domingo (29) na Santa Casa de Santos.

Os pais de Lucas pedem a prisão do dono do Baccará Bar & Grill e dos três seguranças acusados pela Polícia Civil como autores do crime. O segurança Thiago Ozarias Souza, flagrado em vídeo dando 12 golpes na vítima, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e está foragido.

"Perdi meu amigo, meu filho, meu companheiro para tudo", declarou o pai de Lucas, Isaías de Paula.

As investigações, que são conduzidas pelo 3º Distrito Policial (Ponta da Praia), deverão ser concluídas nesta quarta-feira (1º), quando uma entrevista coletiva deverá ser concedida no período da tarde.

O dono do bar e três seguranças são acusados pelo crime e irão responder por homicídio qualificado.

A Santa Casa de Santos informou, por meio de nota, que Lucas "permaneceu em coma e, mesmo sem sedação, não demonstrou nenhuma resposta neurológica, vindo a falecer no início da noite". O quadro era de traumatismo craniano.

Velório

Prima de Lucas, Andrielly Antunes, de 37 anos, disse que espera a punição penal dos acusados e fechamento definitivo da casa. "Se aquele local age dessa forma (agressiva), não tem que continuar agindo. Se fosse uma casa série e que agisse da forma correta, não teria acontecido e a casa estava aberta", afirmou.

O universitário Igor Nieiro Brandão, de 21 anos, estudou com Lucas na unidade de Santos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e definiu o colega como "um dos pródigos da época". "Até teve um projeto premiado (com um outro colega) em uma feira", afirmou.