Dono do Baccará e segurança são indiciados por tentativa de homicídio

Agredido com ao menos 12 golpes após uma discussão por R$ 15, o universitário Lucas Martins de Paula, de 21 anos, segue internado na UTI

25 JUL 2018 • POR • 21h05
Bar segue fechado após não obter alvará - Rodrigo Montaldi/DL

O dono do Baccará Bar & Grill, Vitor Alves Karam, e um segurança, de primeiro nome Thiago, foram indiciados pela Polícia Civil nesta quarta-feira (25) por tentativa de homicídio contra o universitário Lucas Martins de Paula, de 21 anos. O estudante, agredido no dia 7 com ao menos 12 golpes, após contestar a marcação de uma cerveja de R$ 15 em sua comanda, segue internado em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos.

Nas investigações, os policiais do 3º Distrito Policial de Santos (Ponta da Praia) obtiveram cenas do delito gravadas pelo sistema de monitoramento de uma escola próxima, que foram fundamentais para a apuração do caso.

De acordo com o advogado João Manoel Armôa Júnior, que representa o comerciante e o segurança, as imagens mostram Thiago desferido 12 golpes em Lucas. Karam foi visto nas imagens presente durante a confusão e para a Polícia Civil não agiu para evitar que a agressão a Lucas ocorresse.

 "A argumentação (da delegada Edna Pacheco Garcia, do 3º DP) é de que ele concorreu na figura de partícipe", afirma Armôa Júnior.

O defensor diz que após as agressões de Thiago, Lucas aparece andando e em meio a um grupo de pessoas é agredido aparentemente por outro segurança. Ele diz que Thiago não teve uma conduta de tentativa de homicídio. "Tanto é que ele deu os golpes e saiu de perto de rapaz. Se ele quisesse matar, ele teria continuado as agressões", afirma.

Já sobre a conduta de Karam, que aparece nas imagens segurando uma pessoa, Armôa diz que ele não concorreu para a agressão. "Ele tenta inclusive conter o tumulto. Qual que é a contribuição para tentativa de homicídio? Quem tem que explicar a real contribuição dele é a delegada", declara o defensor.

Após o indiciamento na manhã desta quarta, os dois acusados foram liberados. 

Outros dois seguranças do Baccará são investigados no inquérito. Uma entrevista coletiva da Polícia Civil sobre o caso é programada para esta sexta-feira (27), conforme apurou o Diário do Litoral.