Prefeitura de Praia Grande termina derrubada de quiosques

Restam ainda dois que estão sendo utilizados pela Escola de Surf do Bairro Ocian

16 JUN 2018 • POR • 09h00
Administração Municipal obteve uma liminar para dar sequência aos ­trabalhos de demolição - Rodrigo Montaldi/DL

A Prefeitura de Praia Grande já demoliu 44 quiosques da orla da praia. Com isso, todos os quiosques que pertenciam a ex-permissionários - e se tornarão jardins - foram demolidos. Restam ainda dois quiosques que estão sendo utilizados pela Escola de Surf do Bairro Ocian. Como a escola precisa ser realocada, não há previsão para esta demolição.

Conforme já noticiado pelo Diário do Litoral, estes quiosques irão se tornar jardins com rampas de acesso para deficientes e carrinhos de praia. No entanto, anteriormente a Prefeitura havia informado que 52 quiosques seriam derrubados.

A Administração Municipal esclareceu que houve uma readequação do número. A Secretaria de urbanização passou de 52 demolições para as 46 atuais. “Foi uma alteração após uma nova análise do projeto, nada relacionado a questões judiciais”, ­explica.

Segundo quiosqueiros, as demolições foram feitas simultaneamente em vários quiosques durante a noite. “Eles foram para a rua e derrubaram tudo à noite. Se espalharam por toda a orla para não conseguirmos nos juntar e impedir as demolições”, afirma a ex-permissionária Marli Calegari.

A Prefeitura diz que a ideia era aproveitar ao máximo o deslocamento dos equipamentos, reduzindo o tempo de utilização dos mesmos. “O fluxo de pessoas no período noturno diminui, por isso levamos em conta a questão de maior segurança de pedestres, ciclistas e motoristas”, declara.

Os quiosqueiros tinham conseguido barrar as demolições, mas a Administração Municipal obteve uma liminar para dar sequência aos ­trabalhos.

Os quiosques que passarão por reforma após a licitação seguem ­lacrados.

Sentimento de perda

“Quando cheguei, eles mostraram a ordem ­judicial e não pude fazer mais nada”, lamenta Marli. Ela estava em casa quando foi avisada por colegas que estavam derrubando seu quiosque. Chegando lá, assistiu quase toda a demolição do local que, por anos, fez parte da sua vida.

Para a quiosqueira, o sentimento é de uma perda muito grande. “Estamos perdidos. Nossa vida era ali e em trinta dias tivemos que abrir mão de tudo”, declara. “Estamos sem chão, mas precisamos respirar para procurar um novo rumo”, completa.

Agora, Marli está começando a procurar algo no ramo de comida. Mas, com muitos ex-permissionários na mesma situação, ela alega que os aluguéis estão altos.

Enquanto isso, Marli deu entrada na licença para ambulantes, oferecida pela Prefeitura, mas não sabe ao certo como os documentos serão analisados, nem qual tipo de carrinho poderá ter. “De todo jeito, nosso ­processo [dos quiosqueiros] contra a Prefeitura continua”, finaliza.