Santos é destaque em estudo sobre perdas de água na distribuição

O nível de perdas no município é de 17% em relação ao volume e de 18% sobre o faturamento, enquanto que a média brasileira é de 38,01% e de 38,53%, respectivamente

12 JUN 2018 • POR • 22h00
Santos está entre as cidades brasileiras que menos desperdiça água potável na distribuição - Divulgação/Portal Brasil

Santos está entre as cidades brasileiras que menos desperdiça água potável na distribuição — fica atrás apenas de Palmas, no Tocantins (primeiro lugar), e Limeira, no interior de SP (segundo lugar). O nível de perdas no município é de 17% em relação ao volume e de 18% sobre o faturamento, enquanto que a média brasileira é de 38,01% e de 38,53%, respectivamente.

É o que aponta um novo estudo do Movimento Menos Perda, Mais Água, do Pacto Global, iniciativa da ONU, feito com o Instituto Trata Brasil e com a Go Associados.

O levantamento foi divulgado na Fiesp, em São Paulo, durante o evento "Perdas de água: desafios ao avanço do saneamento básico e à escassez hídrica", no dia 7 de junho (Semana do Meio Ambiente).

Cenário nacional

O índice médio de perdas de faturamento no Brasil, de 38%, é 23 pontos percentuais a mais que a média nos países desenvolvidos (15%). Para se ter uma ideia, o percentual de perda financeira na Austrália é de 10,3% e nos Estados Unidos, 12,8%. Em relação às regiões brasileiras, os estados do Centro-Oeste (35,0%), Sudeste (34,7%) e Sul (36,3%) apresentam melhor desempenho do que a média nacional (38%) e os estados do Norte (47,3%) e Nordeste (46,3%) têm as maiores perdas.

No país todo, as perdas comerciais, que é o volume de água perdida não faturada por motivo de furto ou falta de medição, é de 2,314 bilhões de de m³,  as perdas físicas —  água faturada perdida nos vazamentos —, de 3,471 bilhões de m³, e as perdas de volume de serviços — com carros de bombeiro e caminhões-pipas, por exemplo —, de 593 milhões de  m³. No caso da água furtada ou não medida, a perda financeira é calculada multiplicando o volume de água não faturada pela tarifa média de água.

No caso das perdas físicas, o valor é calculado multiplicando o volume de água perdida nos vazamentos pelo custo marginal da produção de água, considerando custos com produtos químicos, energia e serviços de terceiros. As empresas que prestam serviços de abastecimento de água não são obrigadas a reportar as perdas físicas e comerciais, o que impede análises mais precisas.