Conferência da OIT tem denúncias contra nova lei trabalhista

Logo na abertura dos trabalhos, representantes das centrais sindicais de trabalhadores fizeram denúncia contra o Governo Brasileiro por causa da nova lei trabalhista

29 MAI 2018 • POR • 08h40
O Mundo do Trabalho começou a ser debatido nesta segunda-feira na 107ª Conferência Internacional do trabalho - Divulgação

De Genebra, Suíça*

O Mundo do Trabalho começou a ser debatido nesta segunda-feira na 107ª Conferência Internacional do trabalho, que é promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e reúne representantes de 187 países.  Logo na abertura dos trabalhos, representantes das centrais sindicais de trabalhadores fizeram denúncia contra o Governo Brasileiro por causa da nova lei trabalhista e, com isso, caso a denúncia seja aceita, o Brasil pode ser inserido numa lista negra de piores países que não respeitam as convenções trabalhistas de ­Genebra.

Sindicalistas alegam que a lei trabalhista recentemente em vigor no Brasil, retirou direitos e reduziu a força dos sindicatos na representação dos trabalhadores, infringindo três convenções de Genebra aprovadas e ratificadas pelo Brasil.

Representantes do Governo Brasileiro, entretanto, se encontram em Genebra para se defenderem das acusações e os debates sobre o assunto devem ter início amanhã e promete ser polêmico.

Lista negra da OIT

O sindicalista Antonio Neto, presidente da Central Sindical do Brasil (CSB), disse ao Diário do Litoral, logo após a sessão solene de abertura da conferência, que a partir de amanhã  a denúncia deve ser aprovada nas comissões. “Hoje, o Brasil ocupa o 40 lugar no ranking das denúncias trabalhistas, mas amanhã pode entrar na lista negra dos 24 piores países que não respeitam leis trabalhistas e isso vai possibilitar que a denúncia das centrais sindicais seja apreciada, discutida e votada em plenário”, disse o líder sindical.

Já a sindicalista Ruth Coelho, integrante da Força Sindical informou que vão ocorre protestos e mobilizações de sindicalistas e trabalhadores ao longo da conferência que se realiza no Palácio das Nações.

“Serão protestos contra retirada de direitos na lei trabalhista que ferem três convenções da OIT”. Ruth integra a comissão em defesa da mulher contra assédios no mercado de trabalho.

“Tentaremos aprovar a criação de uma nova Convenção e uma Recomendação da OIT sobre esse tema, que serão discutidas neste e no próximo ano, na 108ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), ano em que a OIT comemorará seu centenário”.  

*O jornalista Francisco Aloise integra o Comitê de Imprensa da 107ª Conferência Internacional do Trabalho que se realiza no Palácio das Nações, em Genebra, na Suíça.