Atenção redobrada com a crianças na internet

Os celulares e tablets estão cada dia mais presentes na rotina e ao lado deles vem também a preocupação sobre o conteúdo acessado pelos menores

28 MAI 2018 • POR • 09h31
Nunca antes as crianças e adolescentes dominaram tanto uma tecnologia como nos dias atuais - Rodrigo Montaldi/DL

Nunca antes as crianças e adolescentes dominaram tanto uma tecnologia como nos dias atuais. Os celulares e tablets estão cada dia mais presentes na rotina e ao lado deles vem também a preocupação sobre o conteúdo acessado pelos menores.

Recentemente, o aplicativo de bate-papo online sul-coreano Simsimi foi suspenso no Brasil após passar a dar respostas impróprias aos seus usuários, tais como ameaças de sequestros e assassinatos. 

Especialistas concordam que o acesso à rede mundial é um caminho sem volta, e a proibição do uso não é a melhor opção para os pais. Para o presidente da organização não governamental Safernet Thiago Tavares, a melhor estratégia continua sendo o diálogo, a conversa franca e a relação de confiança que deve existir entre pais e filhos. 

“Da mesma forma que você conversa com seus filhos sobre os riscos que existem ao sair na rua, na escola, no cinema, você diz para ele não aceitar bala de estranhos, você também deve orientá-lo em relação ao uso seguro da internet”, diz. Ele recomenda também o uso de versões customizadas de sites e aplicativos, que selecionam o conteúdo apropriado para crianças.

A mestre em psicologia clínica Laís Fontenelle orienta aos pais acompanhar os acessos virtuais dos filhos da mesma forma como é feito no mundo real. “O mesmo cuidado que tem de ter na internet é o cuidado que tem de ter em um espaço público. Os pais têm de monitorar da mesma forma que monitora a casa do amigo que o filho vai, a praça que vai frequentar, a festa, porque é como se fosse um espaço público, só que virtual”, explica.

No caso de crianças não alfabetizadas, o acesso à internet precisa sempre ser feito com a supervisão de um adulto, diz a psicóloga. “A mediação é imprescindível principalmente para crianças que não estão alfabetizadas. Elas vão com o dedinho no touchscreen [tela do celular ou tablet] e podem cair em um conteúdo que não é adequado para elas, e não têm a maturidade para lidar com o conteúdo que está ali”, adverte.

Os principais riscos do uso da internet por crianças e adolescentes são os acessos a conteúdos inapropriados para a idade, como pornografia, a exposição da privacidade em redes sociais, o cyberbulling e a exposição da intimidade, principalmente na adolescência. “Os casos de vazamento de nudes [fotos de nudez] não param de crescer ano a ano”, diz o presidente da Safernet. Além disso, há o perigo do contato com estranhos, que pode resultar em tentativas de assédio, aliciamentos ou golpes.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostrou que 87% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos têm perfil em redes sociais, e 68% acessam a internet mais de uma vez por dia. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil, 11% dos entrevistados entre 9 e 17 anos de idades acessaram a internet pela primeira vez antes dos 6 anos de idade. (Com informações de Agência Brasil)