Bando dá golpe de R$ 3 mi em mulheres por rede social

O bando usava perfis falsos, em redes sociais e aplicativos de relacionamento, para enganar mulheres, que enviavam dinheiro aos suspeitos.

5 MAI 2018 • POR • 14h06
Estima-se que os criminosos tiraram mais de R$ 3 milhões das vítimas. - Fotos Públicas

A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira sete integrantes de uma quadrilha especializada em aplicar golpes pela internet. O bando usava perfis falsos, em redes sociais e aplicativos de relacionamento, para enganar mulheres, que enviavam dinheiro aos suspeitos. Até a atual fase da investigação, que começou há dois anos, estima-se que os criminosos tiraram mais de R$ 3 milhões das vítimas.

Segundo o delegado José Mariano de Araújo Filho, titular da 4ª DIG (Delegacia de Investigações sobre Crimes Cometidos por Meios Eletrônicos), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), 91 policiais saíram nesta sexta às ruas para cumprir 11 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão. "Do total de mandados de prisão, três foram cumpridos (prendendo duas brasileiras e um nigeriano). 

Mas, durante o cumprimento dos mandados, flagramos quatro nigerianos conversando com vítimas, usando perfis falsos, em notebooks. Também foram presos". Até o momento, oito estrangeiros são considerados foragidos da Justiça. Os mandados foram cumpridos em São Paulo, Santa Isabel e Osasco (Grande SP).

O delegado explicou que os suspeitos escolhiam as vítimas vendo fotos na internet. A investigação verificou que o perfil das vítimas escolhidas pelo bando é diversificado. Porém, os criminosos "contam com o faro" para conseguir atrair, segundo Filho, mulheres "emocionalmente carentes". Os perfis falsos contavam com fotos de homens bem-apessoados, apresentados como militares norte-americanos, médicos ingleses ou ainda empresários europeus. 

Escreviam às mulheres, em inglês, afirmando que pretendiam vir ao Brasil para "encontrar a alma gêmea". Dez inquéritos sobre o caso já foram instaurados. Nenhuma vítima quis falar com a reportagem.

Araújo Filho acrescentou que uma das das mulheres vendeu um imóvel e repassou R$ 600 mil ao bando. "Orientamos para que as pessoas não fotografem e ostentem posses em redes sociais, para não atrair pessoas mal-intencionadas."