Caravana pelo Exame Obrigatório de Medicina passa por Santos

A favor de que alunos e formados façam exame, Cremesp colhe assinaturas para enviar ao Congresso

26 ABR 2018 • POR • 08h40
O evento foi realizado na Rua Doutor Othon Feliciano, no Gonzaga - Rodrigo Montaldi/DL

A Caravana pelo Exame Obrigatório esteve ontem na cidade de Santos. A ação tem como objetivo envolver a população na campanha pela obrigatoriedade do Exame para alunos e recém-formados em Medicina, organizada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp), e colher assinaturas para serem enviadas ao Congresso Nacional.

O evento foi realizado na Rua Doutor Othon Feliciano, no Gonzaga, e contou com um posto de coleta de assinaturas e distribuição de materiais informativos.

“O Cremesp realiza o exame terminal facultativamente há 13 anos”, comenta o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim. Segundo ele, um levantamento deste exame, que acontece quando o curso termina, mostrou que 50% dos alunos não atingem o mínimo necessário para estarem aptos a exercer a profissão. “Isso gera uma preocupação com os alunos e com a qualidade do ensino nas faculdades de medicina”, diz.

Ainda de acordo com o presidente, 220 escolas médicas abriram nos últimos 20 anos, mas muitas não têm estrutura para ensinar adequadamente os alunos. “Elas não possuem hospital ou convênios com unidades de saúde, por exemplo”, explica Camarim.

Um projeto em tramitação no Senado propõe a obrigatoriedade do exame terminal em todo o País. Para o Cremesp, é possível agregar a esse projeto exames periódicos. “Estamos propondo que sejam inclusos exames periódicos no final do 2º e do 4º ano”, afirma. Esses exames não seriam reprobatório, mas, segundo ele, conseguiria dar aos órgãos competentes a base para realizar melhorias no ensino. “O exame terminal seria reprobatório, nos moldes do que é exigido pela OAB”, complementa.

A caravana já passou por diversas regiões de São Paulo, como: Bauru, Sorocaba, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto e Franca. A meta é atingir 500 mil assinaturas, que podem ser realizadas através do abaixo-assinado nas cidades ou em uma petição online.

“A ação serve para despertar na população a discussão e o sentimento de necessidade para que essa melhoria aconteça”, informa o presidente. “O exame vai garantir a qualidade no atendimento aos pacientes e valorizar os bons profissionais médicos”, reitera. A caravana termina na Praça da Sé, no início de junho.
Ainda segundo o presidente, faculdades e alunos têm se mostrado interessados. “Fizemos uma pesquisa que mostrou que 96% da população do Estado, 91% dos médicos e 83,7% dos formandos que prestaram o último exame facultativo aprovam o exame obrigatório”, finaliza Camarim.