Aterro de Santos deve ter vida útil prolongada

Em 2019, a região não terá mais lugar para descartar o lixo. Serão quase 640 mil toneladas sem destinação definida

5 ABR 2018 • POR Caroline Souza • 08h00
O IPT e a Agem entregaram a versão final do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - Rodrigo Montaldi/DL

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Agência Metropolitana (Agem) entregaram, na manhã de ontem, no Teatro Guarany, em Santos, a versão final do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PRGIRS/BS).

Em 2019, a região não terá mais lugar para descartar o lixo. Serão quase 640 mil toneladas sem destinação definida. Assim, foram propostas soluções emergenciais a curto prazo. A principal delas é a ampliação da vida útil do aterro de Santos em 3,5 anos.

“O pedido de ampliação do aterro de Santos já está sendo analisado na Cetesb,”, afirma a diretora do IPT, Cláudia Echevenguá ­Teixeira.

A região tem uma área aproximada de 2.400 km² e mais de 1,765 milhão de moradores. Além disso, possui uma grande área de preservação ambiental; o Porto de Santos; o Polo Industrial de Cubatão; e recebe mais de um milhão de turistas na temporada. Tudo isto, influencia na geração de resíduos. Aqui, são gerados cerca de 4% do lixo domiciliar do Estado.

O PRGIRS/BS contempla resíduos sólidos domiciliares; construção civil; de serviços de saúde; sujeitos à logística reversa, como pilhas e baterias; lixo marinho; limpeza urbana; entre outros.

As soluções em curto prazo incluem ainda o encaminhamento dos resíduos para o aterro de Mauá e a possibilidade de utilizar áreas dos antigos lixões.

Já a médio e longo prazo, as soluções seriam: a implantação de triagem semi-mecanizada em área de transbordo, com aproveitamento dos recicláveis e tratamento do material que sobra para aproveitamento energético; e a construção de um aterro de rejeitos na Baixada Santista.

Para o prefeito de São Vicente e presidente do Condesb, Pedro Gouvêa, a questão dos resíduos atinge todas as prefeituras. “Sabemos que se não colocarmos o Plano em prática teremos muitos problemas”, afirmou.

Cada habitante produz, em média, 1kg de lixo por dia. Para Cláudia, o desafio é criar uma cultura e consciência regional do descarte de resíduos. “Temos ainda muito resíduo misturado e precisamos melhorar isso, aumentando a separação”, finaliza.

Bertioga

Um projeto na cidade de Bertioga irá implementar uma planta com conceito de sociedade integrada. “Lá conseguiremos ver na prática o que está sendo proposto no Plano”, declara Cláudia.

Segundo ela, a planta, que será localizada no Centro e contará com cerca de duas mil pessoas, deve inaugurar ainda neste primeiro semestre, estando em processo de licenciamento da Cetesb. “Vamos trabalhar a questão econômica, social e ambiental dentro dela”, complementa.

Fundo Metropolitano destina R$ 5 milhões para municípios

O Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) também se reuniu na manhã de ontem no Teatro Guarany. O primeiro plano de aplicação dos recursos para 2018 prevê a liberação de cerca de R$ 5,2 milhões para os nove municípios da região.

Segundo o Condesb, as prefeituras podem requerer os recursos apresentando projetos de obras e serviços. Porém, devem estar em dia com os depósitos de suas quotas mensais.