Auditores fiscais vão acirrar paralisação a partir de amanhã

Desta vez, além da quebra do acordo salarial fechado com a carreira em 2016, a categoria também protesta pelo desmonte da Aduana brasileira

30 MAR 2018 • POR • 09h25
R$ 100 milhões em impostos federais deixam de ser recolhidos em cada dia de paralisação na Alfândega de Santos - Rodrigo Montaldi/DL

A partir deste domingo (1º) até o próximo sábado (7), os auditores fiscais da Receita Federal do Federal do Brasil (RFB) acirrarão a greve, que já vem acontecendo desde 1º de novembro de 2017. Desta vez, além da quebra do acordo salarial fechado com a carreira em 2016, e até hoje não cumprido pelo governo, a categoria também protesta pelo desmonte da Aduana brasileira.

O último ato de desmonte da aduana foi concretizado pela Portaria RFB nº 310/2018, que entra em vigor a partir de abril e fragiliza as fronteiras do país, já que reduz pela metade o contingente de servidores que devem atuar na fiscalização de portos, aeroportos e pontos de fronteira no período noturno e que alterará o plantão de 24 x 72 horas, adotado há décadas, pelo plantão de 12 x 36 horas, sem que se observe qualquer vantagem para o interesse público com essa alteração.

“Nesses últimos três anos só temos observado absurdos seguidos por mais absurdos. Primeiro, este acordo que nunca é cumprido pelo governo e que vem prejudicando a Receita Federal gravemente neste período. Agora, sob a desculpa pouco convincente de redução de despesas com adicional noturno, a Receita edita esta portaria que chega a ameaçar inclusive a segurança nacional” , diz Renato Tavares, presidente do Sindifisco Santos (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil).

Além de exigir o cumprimento do acordo, com a greve, os auditores fiscais também pretendem chamar a atenção para os malefícios que a Portaria RFB nº 310/2018 pode trazer para o país.