Megaoperação resgata aves vítimas de maus-tratos em Santos

Animais estavam sem alimentação adequada, confinados em espaços sem ventilação e luz

26 MAR 2018 • POR • 11h43
Os animais estavam sem alimentação adequada, ventilação e água - Divulgação

Uma operação realizada pela Prefeitura de Santos em parceria com a Polícia Ambiental resgatou 180 animais vítimas de maus-tratos de um estabelecimento irregular na Vila Nova. Eles estavam sem alimentação adequada, confinados em espaços sem ventilação e luz. Além disso, o local possuía diversas espécies de aves exóticas e silvestres disponíveis para comercialização ilegal.

A operação ocorreu após uma denúncia anônima de maus-tratos no estabelecimento, que estava com alvará indeferido pela Prefeitura e que comercializava, além das aves, coelhos, galinhas, porquinhos da Índia e outras espécies vivas.

“Encontramos um cenário desolador no interior do estabelecimento. As aves estavam sem água e repletas de baratas e outros insetos. Algumas gaiolas tinham animais mortos e os fiscais encontraram um papagaio africano escondido em um buraco”, conta Leila Abreu, responsável pela Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida).

De acordo com o tenente Carlos Andrade, da Polícia Ambiental, espécies como o papagaio do congo, o ring neck e os periquitos agapornis e arco-íris foram encontradas em situação de sofrimento no local. “O dono será autuado administrativamente por maus-tratos, conforme determina o artigo 32 da Resolução SMA nº 48 de 2014, que dispõe sobre as condutas infracionais ao meio ambiente”, conta.

Duas multas foram aplicadas: uma por maus-tratos e outra por introdução de animais exóticos sem autorização, totalizando cerca de R$ 543 mil. O comércio foi fechado e o proprietário encaminhado ao distrito policial, para elaboração de boletim de ocorrência por maus-tratos de animais.

Os animais resgatados serão encaminhados para Santuários Ecológicos. As aves silvestres foram encaminhadas para o Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens (Ceptas).

Outro lado

Procurado, o dono do estabelecimento, Manuel Messias, afirma que a empresa existe há quatro anos e que tem alvará de funcionamento. “Não tem nenhum bicho doente ou morto aqui. A vigilância sempre passava pela loja e nunca encontrou nada. Vou procurar meus direitos e reaver meus animais”, afirma.

De acordo com a Codevida, o proprietário da loja é reincidente e já teve outras lojas fechadas pelo mesmo motivo em Santos.