Estivadores de Santos estão em greve

A categoria reconsiderou a proposta de greve de 48 horas porque o sindicato patronal dos operadores portuários de estado de São Paulo (Sopesp) abriu negociações.

17 MAR 2018 • POR • 14h29
Na foto, a assembleia da manhã da sexta-feira, no sindicato dos estivadores - Divulgação/Sindicato dos Estivadores

Em assembleia na manhã desta sexta-feira (16), os estivadores avulsos e vinculados de Santos decretaram ‘estado de greve’ nos terminais de contêineres. A categoria reconsiderou a proposta de greve de 48 horas porque o sindicato patronal dos operadores portuários de estado de São Paulo (Sopesp) abriu negociações.

Na quinta-feira (15), o Sopesp agendou reuniões com o sindicato dos estivadores, para terça e quarta-feira (20 e 21), a fim de conversar sobre a convenção coletiva de trabalho e a data-base de março.

Após a assembleia, o presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’, oficiou ao Sopesp, cobrando negociações também com os terminais de contêineres.

A resistência dos terminais em negociar as reivindicações da campanha salarial é que levou à decretação do ‘estado de greve’. Diante disso, os terminais marcaram negociação para sexta-feira (26).

No ofício do Sopesp, a câmara de contêineres adiantou que aplicará o índice nacional de preços ao consumidor (inpc) de 1,8% nos ganhos de avulsos e vinculados.

“Com isso”, reclama Nei, “os terminais tentam mascarar a radicalização que praticam há anos. Eles não resolveram negociar por vontade própria, mas sim porque decretamos o ‘estado de greve".

“Além disso”, prossegue o líder dos estivadores, “os empresários do setor de contêineres querem impor a negociação com a arma do acórdão na mesa. Isso não é negociação. É imposição”.

O acórdão a que se refere o sindicalista é uma decisão da justiça do trabalho, ainda em fase de recurso, que determina utilização de 75% de vinculados contra 25% de avulsos nos terminais de contêineres.

“Para tentar convencer a opinião pública de que não são radiais, publicam uma nota distorcida na imprensa e dizem ao nosso sindicato que querem entendimento”, adverte Nei.

Para ele, os estivadores “vêm demonstrando amadurecimento, coesão e unidade para vencer as barreiras impostas pelos terminais às nossas reivindicações”.