Marielle criticava de polícia a políticos em redes sociais

Nesta semana, ela denunciou dois casos de violência contra moradores da zona norte que supostamente tiveram o envolvimento de policiais militares

15 MAR 2018 • POR • 22h40
Marielle Franco foi assassinada na noite desta quarta-feira - Reprodução/Facebook

A atividade recente da vereadora Marielle Franco (PSOL) nas redes sociais e a forma como se deu seu assassinato na noite desta quarta-feira (14) gerou curiosidade sobre o perfil e as bandeiras levantadas pela parlamentar.

Nesta semana, ela denunciou dois casos de violência contra moradores da zona norte que supostamente tiveram o envolvimento de policiais militares.

Um dia antes de ser assassinada, a vereadora postou em sua página no Twitter uma mensagem de desabafo sobre a morte Matheus Melo, 23, baleado quando saía da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio -a família acusa policiais pela morte do rapaz.

"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?".

No domingo (10), ela publicou outro texto em suas redes sociais denunciando abusos do 41º batalhão da PM contra moradores da favela de Acari. "Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", dizia um trecho.

Contudo, o conteúdo de suas páginas em redes sociais é mais extenso que denúncias de casos específicos de violência policial.

Estas, na verdade, ganharam força mais recentemente, a partir de fevereiro, quando o presidente Michel Temer (MDB) decretou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro -ela era relatora da comissão de vereadores que acompanhará a ação do governo.

Em suas postagens, destacavam-se críticas à intervenção federal, às reformas do governo Temer e à Justiça (mais especificamente, ao favorecimento a políticos como Temer e Aécio), e mensagens em prol dos direitos das mulheres, negros e da população LGBT.  

Também havia espaço para declarações de amor à namorada, lamentos por insucessos do Flamengo e torcida pelo filme "Corra!" no Oscar deste ano.