Estações de atividades físicas de Santos já apresentam problemas

Frequentadores reclamam também da falta de manutenção dos equipamentos. Ao todo, existem na orla santista 18 estações

10 MAR 2018 • POR • 09h00
Equipamentos custaram mais de R$ 500 mil e foram instalados a pouco mais de um ano - Rodrigo Montaldi/DL

Há cerca de três meses, a estação de atividade física que fica na praia em frente ao Canal 5 está sem condições de uso, de acordo com alguns frequentadores. Eles explicaram que o aparelho já apresentava problemas desde dezembro do ano passado, quando partes do deck de madeira plástica que cobrem a base começaram a se soltar, inviabilizando as atividades.

Ao todo, existem na orla santista 18 estações que foram instaladas em duas fases e custaram mais de R$500 mil. Na primeira, em 2015, foram implantadas 11 através de um investimento de R$347.490,00, com recursos da Prefeitura. Na segunda, em 2016, foram instaladas mais sete, num total de R$225.751,19, valor proveniente de emenda federal do Ministério das Cidades. Somadas, as verbas contabilizam R$573.241,19.

Por mais que nenhuma estação esteja no mesmo estado que a do Canal 5, pelo menos quatro já apresentam sinais de desgaste nos acabamentos laterais, piso solto e ferrugem na base.

A situação é parecida em todas elas: as barras onde são feitos os exercícios estão bem conservadas. Ali o material parece ser aço inox, indicado para uso em áreas próximas ao mar por ser resistente aos efeitos da maresia. Já a base que surge por baixo do piso solto parece ser de ferro, um dos materiais que mais deve ser evitado neste tipo de localização pela baixa resistência ao ambiente marítimo.

Falta de manutenção

Os frequentadores reclamam também da falta de manutenção dos equipamentos.

“Treino aqui (Canal 5) desde que o aparelho foi instalado, mas nunca vi nenhum tipo de manutenção sendo feita. Essas estações são bem movimentadas, sempre tem gente usando, por isso seria bom que recebessem manutenção mensalmente”, disse um usuário.

Questionada se as estações passam por algum tipo de cuidado e qual a periodicidade, a Secretaria de Esportes informou que aciona a SESERP (Secretaria Municipal de Serviços Públicos) somente quando necessário.

Em relação à estação do Canal 5, explicou que a estrutura foi interditada no início deste mês pela Subprefeitura da Orla e Zona Intermediária para manutenção corretiva.

Respostas

Sobre as dúvidas em torno do material usado nas estações ser ou não adequado para o ambiente, a pasta afirmou que os editais de licitação das duas fases contemplaram este tipo de observação.

A Reportagem questionou novamente - já que é de fácil visualização a não utilização de um material adequado devido à ferrugem - e foi informada que a Prefeitura irá acionar a empresa responsável pelo projeto para verificar a possibilidade de utilização da garantia, sem informar se há previsão de gasto extra.

“O material acima do nível do piso, que entra em contato direto com os usuários, é de aço inox. Por isso, não apresenta sinais de corrosão. Na base da estação, o material é aço galvanizado. O piso da estação é composto por madeira plástica”, detalhou em nota.

Em relação ao estado da estação do Canal 5, explicou que ela sofreu um processo acelerado de corrosão por estar em um local com menor faixa arenosa, em contato direto com a água salgada mais frequentemente (nas subidas de maré). A previsão de liberação ficou para a segunda quinzena de abril.

“O processo de recuperação da estação prevê aplicação de estacas de madeira plástica (mesmo material utilizado nos assentos e encostos dos bancos da praia) na areia e apoio sobre essas estacas de uma sub-base também em madeira plástica, por sobre a qual será aplicado o piso que foi recuperado da estação anterior. A Secretaria de Serviços Públicos possui este material em estoque e a junção das partes será feita por parafusos de aço inoxidável”, concluiu.