Estivadores de Santos fazem ‘operação padrão’ como forma de protesto

Categoria é contra implementação do descanso de 11 horas entre as jornadas

1 MAR 2018 • POR • 10h14
Os estivadores avulsos e vinculados do porto de Santos trabalham em ‘operação padrão’, desde as 7 horas desta quinta-feira (1º) - Divulgação

Os estivadores avulsos e vinculados do porto de Santos trabalham em ‘operação padrão’, desde as 7 horas desta quinta-feira (1º).

Eles não aceitam a decisão do órgão gestor de mão de obra (ogmo) de implantar unilateralmente o ntervalo de 11 horas de descanso entre as jornadas dos trabalhadores portuários avulsos (tpa’s), sem negociar.
A categoria reivindica, inclusive na pauta de reivindicações apresentada ao sindicato patronal dos  operadores portuários do estado de São Paulo (Sopesp), para renovação de acordo coletivo na data-base de março, uma contrapartida ao intervalo.

Os trabalhadores querem garantia salarial diária e mensal, com intervalo de descanso obrigatório de 11 horas entre duas jornadas de trabalho, no sistema de rodízio, na falta de engajamento no trabalho devido à sazonalidade.

“Isso não é descanso. É impedimento de trabalho, que são duas coisas distintas”, diz o diretor beneficente e de imprensa do sindicato dos estivadores, Sandro Olímpio da Silva ‘Cabeça’. O presidente do sindicato,
Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’, que retorna de Brasília nesta quinta-feira, concorda.

“Não aceitamos a imposição, queremos negociá-la”, pondera Nei. O sindicalista lembra que a categoria está em campanha salarial e que o intervalo de 11 horas “está entre as reivindicações que o Sopesp se recusa a negociar”.

Ele reclama que o Sopesp “sequer chamou o sindicato para conversar. Não bastasse, faz esse anúncio altamente prejudicial aos trabalhadores, pois não contempla a garantia do trabalho e ganho, prevista em duas resoluções da OIT (organização internacional do trabalho)”.

Tensão

Os empresários “insistem em radicalizar”, diz o sindicalista. “Dessa forma, o intervalo obrigatório de 11 horas entre as jornadas traz enormes perdas nos ganhos dos trabalhadores. A intenção do Sopesp é tornar o ambiente mais tenso do que já está, não se sabe com qual objetivo”.

Os cerca de 3 mil estivadores de Santos poderão paralisar o porto por tempo indeterminado, conforme decisão de assembleia, na manhã de segunda-feira (26), após passeata (foto) que saiu da sede do sindicato e foi até o Sopesp, na rua Amador Bueno, 333.

Os estivadores reivindicam basicamente a manutenção do mercado de trabalho, o “não extermínio dos avulsos nos terminais” e melhores salários. A pauta foi aprovada em 27 de dezembro.