Doqueiros pedem mais prazo ao Portus

Instituto pretende aumentar o percentual de contribuição do ativos e reduzir o benefício dos inativos a partir de 1º de abril

28 FEV 2018 • POR • 09h10
Aposentados e empregados da Codesp vão pedir mais prazo à administração do Portus - Divulgação

Aposentados e empregados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) vão pedir mais prazo à administração do Portus, que pretende aumentar o percentual de contribuição do ativos e reduzir o benefício dos inativos a partir de 1º de abril. A prorrogação do prazo por pelo menos 90 dias foi discutida e aprovada pelo pessoal da ativa em assembleia realizada na sexta-feira e pelo aposentados, na manhã de ontem. Ambas as reuniões foram realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport).

Segundo o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, os técnicos do instituto explicaram que o Portus possui um deficit superior a R$ 3 bilhões e como única alternativa para ele não ser liquidado, a proposta elaborada pelo interventor e aprovada pelas Companhias Docas e pelo Ministério dos Transportes foi a seguinte: que a contribuição paga pelos participantes da ativa aumente de 9% para 27,75% e que os assistidos tenham descontado dos benefícios recebidos 28,77%, sendo que hoje o percentual pago é 10%.  

Na assembleia realizada na última sexta-feira, os empregados da ativa decidiram elaborar um documento solicitando a prorrogação do prazo para implantação da medida. “O Portus quer aumentar a contribuição dos participantes ativos e diminuir o benefício dos aposentados a partir de 1º de abril. Porém, a proposta aprovada na assembleia é que essa medida seja implantada somente daqui a 90 dias. E que o Governo faça um aporte de R$ 20 milhões por mês durante dois anos para que o Portus possa ter condições de manter o pagamento dos participantes assistidos e pensionistas”, disse o presidente do Sindaport.

A proposta dos participantes da ativa é de que durante três meses seja feita uma auditoria no Portus para que uma outra alternativa seja encontrada para evitar a liquidação do fundo e a mudança na contribuição por parte dos assistidos, pensionistas e empregados da Codesp.

A proposta aprovada pelos empregados da ativa foi acolhida pelos aposentados em assembleia realizada, ontem, no Sindaport.

“Caso o Portus não aceite a prorrogação, vamos marcar uma nova assembleia para que os participantes autorizem a contratação de advogados especializados em previdência complementar. Nesse caso, vamos entrar na Justiça requerendo a suspensão do aumento das contribuições aos participantes da ativa e a diminuição dos benefícios dos assistidos”, esclareceu Cirino.

Greve

A categoria também discute a possibilidade de deflagrar greve e ocupar a Codesp caso o pleito não seja aceito pelo Portus. Os atos serão discutidos em assembleia marcada para o próximo dia 20. Caso a paralisação e a ocupação sejam aprovadas pelos portuários ativos e inativos, ocorrerão no dia 26 de março.