Praça do INSS acumula lixo, mato alto e iluminação precária em Santos

Problemas colocam em risco a segurança dos idosos e portadores de necessidades especiais que passam diariamente pelo espaço

21 FEV 2018 • POR • 08h00
Praça do INSS acumula diversos problemas - Paulo Villaça/DL

Um problema antigo e, ao que tudo indica, ainda distante de ser solucionado: sem uma definição clara de quem é o responsável pela Praça do INSS, na Aparecida, em Santos, o lugar acumula problemas como mato alto, iluminação precária e desníveis que colocam em risco a segurança dos idosos e portadores de necessidades especiais que passam diariamente pelo espaço.

Comerciante há mais de oito anos na praça, Joelma Ferreira de Almeida Silva já perdeu as contas de quantas pessoas já se acidentaram no local. “Quase todo dia correm aqui pedindo para a gente emprestar guardanapo, pois alguém caiu e se machucou. O piso está cheio de buracos e desníveis, algo absurdo justamente pelo fato de estar ao lado do INSS, onde passa diariamente pessoas com locomoção reduzida ou debilitadas”, afirma.

Repleto de árvores e vegetação alta, a falta de serviços essenciais de conservação é outro motivo para medo. “Estamos vendo um monte de doença aparecer, sem contar na quantidade de cobras e ratos em praças bem mais conservadas que essa. Temos muito medo desse abandono”, destaca.

A crítica é a mesma do aposentado Franz Pereira Chalaupka, que aguardava atendimento no INSS sentado em um dos bancos da praça. “Está muito perigoso. De dia, o problema é o mato e os buracos. De noite, a quantidade absurda de usuários de drogas que tomam o espaço. Dá muito medo passar por aqui e é uma pena, pois está bem na frente de um shopping muito movimentado e perto da praia”, reclama.

O abandono do espaço já foi, inclusive, tema de uma reportagem do Diário do Litoral datada de maio de 2013. Já naquela época, os moradores temiam passar pela praça devido a alta concentração de pessoas em situação de rua a qualquer hora do dia.

De 2013 para cá, o local ficou ainda mais depredado. Enquanto esteve no espaço, a reportagem notou que diversos idosos atravessavam a praça com dificuldade. Poucos aguardavam nos bancos de concreto, uma vez que as estruturas ficam ao lado do mato alto que cresce e domina toda a área.

Outra reclamação dos comerciantes da região é a falta de manutenção e limpeza. “A gente teve que fazer algumas emendas de cimento nos buracos da praça.

Também precisamos limpar a praça na maior parte das vezes, pois a limpeza urbana, quando vem, vem apenas dois dias na semana. Estamos largados e nem sabemos com quem devemos reclamar, já que cada um joga a responsabilidade sobre a área para o outro”, desabafa Joelma.

De quem é a praça pública?

A crítica da comerciante é justificável. O Diário teve dificuldade em descobrir quem responde pelo espaço público localizado entre a Rua Epitácio Pessoa e a Rua Guaiaó, na Aparecida.

Em nota, a Administração destacou que trata-se de uma área privada e que vai fiscalizar e exigir a manutenção adequada da praça. Questionada sobre quem seria o dono do terreno, a Prefeitura de Santos garantiu que o espaço pertencia à Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

Em nota, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) afirmou que a referida praça não está sob sua administração e sugeriu que procurássemos o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Questionado, o INSS destacou que ‘inicialmente informa que firmou, no último dia 6, um termo de cooperação com o Grupo Mendes, que administra o Praiamar Shopping, para que o grupo passe a fazer a limpeza e manutenção da área. A estimativa é que até o final do mês os trabalhos sejam iniciados’.

Disse ainda que, ao contrário das reclamações dos comerciantes, o local está iluminado desde que a poda das árvores e a limpeza do jardim foram feitas pela prefeitura em dezembro passado, a pedido do INSS.