Menina recebe ajuda para estudar em universidade

A jovem e sua mãe, a promotora de vendas Jandaia Marques, a Jade, estavam lutando para conseguir a passagem de avião

6 FEV 2018 • POR • 09h00
A situação foi tema de reportagem do Diário do Litoral no último dia 1º - Paolo Perillo/DL

A estudante vicentina Amanda Marques Nogueira de Souza, de 18 anos, conseguiu realizar o sonho de se matricular na Universidade Federal de São Cristóvão, em Sergipe, para cursar Publicidade e Propaganda.

A situação dela foi tema de reportagem do Diário do Litoral no último dia 1º. A jovem e sua mãe, a promotora de vendas Jandaia Marques, a Jade, estavam lutando para conseguir a passagem de avião. A família tem uma renda mensal de R$ 900,00 e Jade estava vendendo tudo para realizar o sonho da filha. 

“Elas conseguiram passagens para fazer a matrícula e até uma quantia suficiente para que Amanda volte definitivamente para Sergipe. Elas chegaram domingo, às 13 horas realizaram a matrícula e retornam amanhã (hoje)”, disse a advogada e amiga Débora Camilo, que fez questão de agradecer, pelas redes sociais, todos que se sensibilizaram com a história.     

O prazo para garantir e matrícula terminava amanhã (7). Amanda foi aluna do Educação e Cidadania de Afrodescendentes Carentes - Educafro Valongo e foi aprovada pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Sua mãe, Jade, também é aluna do Educafro e pretende cursar Direito. Ela é moradora do Conjunto Habitacional Tancredo Neves, na Cidade Náutica, em São Vicente e vai se mudar para a casa da irmã, no México 70, para manter a filha em outro estado.

Em entrevista ao Diário, Débora Camilo, ex-aluna e professora do Educafro, revelou que situações como a de Jade e Amanda são muito comuns, infelizmente. Débora revela que os desafios nunca terminam. Sair de uma escola pública sem qualidade e disputar com jovens que cursaram ensino particular é apenas dois deles.

“No Educafro que, com muita luta e ajuda de voluntários, há 15 anos faz um trabalho de cidadania na região, você adquire conhecimento para que a disputa seja menos desigual. Mesmo assim, as dificuldades não param. Se o aluno consegue boa nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e uma vaga numa universidade federal, ele precisa de uma estrutura mínima para se manter. Muita gente pobre e com capacidade acaba desistindo do sonho, porque tem que optar entre estudar e trabalhar. O que é extremamente injusto”, afirmou Débora.