Pesquisadora diz que ataque a macacos pode atrasar detecção da febre amarela

“Além de a gente estar matando o animal que mostra onde está a circulação do vírus, cometendo crime ambiental, provocando desequilíbrio ecológico, a gente está sobrecarregando o sistema que detecta os casos”, disse a pesquisadora.

28 JAN 2018 • POR • 01h16
Macacos não transmitem a febre amarela, mas parece que população ainda não compreendeu isso. - Fotos Públicas/Divulgação

A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Mariana Rocha David, doutora em biologia parasitária, fez um alerta hoje (26) de que a grande mortandade de macacos provocada por ataques humanos por meio de espancamento ou de envenenamento pode sobrecarregar o sistema de detecção do vírus da febre amarela.

Em palestra no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, a pesquisadora destacou que a confirmação de que o macaco de fato morreu vítima da doença pode demorar um tempo maior a partir do momento em que uma grande quantidade de amostras de sangue desses animais chegar aos laboratórios de referência para serem analisadas.

“Além de a gente estar matando o animal que mostra onde está a circulação do vírus, cometendo crime ambiental, provocando desequilíbrio ecológico, a gente está sobrecarregando o sistema que detecta os casos”, disse a pesquisadora.

O último balanço da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da prefeitura do Rio mostrou que o estado contabiliza 131 macacos mortos desde o início do ano. Desse total, 69% têm sinais de agressão humana.