Sindicato: Briga por direção segue firme em Praia Grande

A advogada Carla Mazzeo e o líder da oposição à atual diretoria Adriano Lopes, o Pixoxó, informaram que estão solicitando à Justiça do Trabalho o reinício do processo eleitoral

24 JAN 2018 • POR • 12h00
Carla Mazzeo e Adriano Lopes, o Pixoxó, informaram que estão solicitando à Justiça do Trabalho o reinício do processo eleitoral - Paulo Villaça/DL

A disputa pela direção do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Praia Grande continua acirrada. Ontem, a advogada Carla Mazzeo e o líder da oposição à atual diretoria Adriano Lopes, o Pixoxó, informaram que estão solicitando à Justiça do Trabalho o reinício do processo eleitoral, para que não ocorra nenhum problema entre as chapas que disputarão, nos próximos dias, o comando da entidade, e também que não se repita a situação que perdura há anos: a atual diretoria – presidida por Givanildo Berto da Silva, o Gil – ocupar e dirigir a entidade de forma irregular, por intermédio de recursos judiciais.

“A Justiça suspendeu a eleição anterior e a atual diretoria vem ocupando a entidade por intermédio de atas e sem legitimidade. “Em julho do ano passado, a Direção publicou um edital em um jornal de São Paulo (Capital), aprovando uma transação imobiliária, por conta de uma ata de rerratificação de posse, que é fraudulenta. Eu ingressei com uma ação de nulidade desse documento, feito sem a categoria ser consultada”, afirma Carla Mazzeo, cujo procedimento ocasionou a intervenção judicial.

Carla Mazzeo e Pixoxó alertam que a atual diretoria não pode fazer qualquer tipo de transação e tomar nenhuma medida administrativa porque não deveria sequer estar no comando da entidade. “Estão no sindicato por conta de recursos jurídicos. Eu já ingressei com uma ação pedindo o reinício do processo eleitoral, já foi concedido dia 11 último, e o acórdão diz que as composições das chapas tem ser as mesmas da eleição de 2013”, detalha a advogada.   

Situação

Desde o ano passado, o sindicato está sob intervenção da Justiça do Trabalho. A juíza da 2ª Vara, Lucimara Schmidt Delgado Celli, destituiu o presidente, a diretoria e nomeou o advogado João Gomes Barbosa e o perito Sérgio Cremaschi Sampaio para administrar a entidade. A sentença é decorrente de ação judicial proposta por Pixoxó e Ademir Noelson Cordeiro, que há mais de dez anos lideram a oposição à diretoria.

A medida teria impedido que Gil pudesse permanecer no cargo por meio de uma ata, assinada por ele mesmo, concedendo-lhe mandato até 2020.

Os administradores atuarão no processo eleitoral desde o início até a proclamação do resultado da eleições. A eleição será conduzida pela própria juíza e terá apenas duas chapas inscritas. Os administradores nomeados estão apurando detalhadamente a situação financeira, administrativa e sindical da entidade.

Procurado ontem, o conselheiro fiscal do Sindicato, Getúlio de Matos, disse em nome da diretoria que Gil se mantém na presidência por conta de um acórdão do Tribunal Regional do Trabalho e que a oposição vem tentando há anos, sem sucesso, desestabilizar a direção da entidade, por intermédio de queixas crime e ameaças a advogados.

“A transação imobiliária foi vantajosa para a entidade. A juíza havia definido uma nova eleição desde a intervenção e não há como exigir que as chapas sejam as mesmas porque tem participante que já faleceu e outros que não são mais associados do sindicato. Portanto, a oposição fica criando fatos para ganhar espaço na Imprensa, quando deveria estar atrás de votos”, alega Matos.

O conselheiro finaliza alertando que a atual diretoria está tranquila e que, ratifica que os peritos judiciais constataram que não existe irregularidade na entidade e que vão cobrar a oposição na Justiça pelos aborrecimentos e desgaste da imagem da ­diretoria.