Codesp suspende embarque de cargas vivas no Porto

A informação, via ofício, foi encaminhada ao deputado federal Ricardo Izar (PP), presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Animais

11 JAN 2018 • POR • 17h15
Codesp suspende embarque de cargas vivas no Porto - Reprodução/Facebook

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) suspendeu ontem as operações com transporte de cargas vivas pelo Porto de Santos. A informação, via ofício, foi encaminhada ao deputado federal Ricardo Izar (PP), presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Animais.

“Constitui a missão desta companhia o desenvolvimento econômico com responsabilidade socioambiental, não caracterizando sob nenhuma hipótese a nossa intenção de desrespeitar a vida animal”, explicou o diretor de Operações Logísticas da Codesp, Carlos Henrique Poço.

O embarque de bovinos estava trazendo muita insatisfação, principalmente de ativistas da preservação da vida animal, inconformados com os maus tratos durante a viagem e o embarque. Conforme publicado ontem no Diário, eles anunciaram para dia 20 uma grande manifestação no Centro de Santos, com a presença de vários grupos de defesa dos animais, cidadãos de Santos e outras cidades do Estado. Pelo menos três entidades de proteção animal iniciaram ações judiciais com o intuito de barrar embarques. Eles acreditam que há desrespeito à Constituição.  

Um dos organizadores, o ativista ambiental Leandro Ferro, informava que o segundo embarque se destinava à Turquia. Ele adiantava que, no primeiro embarque, ocorrido no final do ano passado, foram flagrados animais sendo manuseados com picadas elétricas e barras pontiagudas, além de muitos estarem cobertos por fezes e aparentemente debilitados ou fraturados, situações comprovadas por vídeo feito por uma das entidades contrárias ao transporte e aos maus tratos. 

Os animais – aproximadamente 20 mil – são originários de várias localidades do Brasil, transportados em caminhões por trajetos que passam de 500 quilômetros até chegarem ao navio, apelidado de "Grande Fazenda". Após o embarque, os bovinos passam semanas em alto mar rumo ao seu destino final em condições precárias.