'Palocci foi contar uma mentira maior que a dos outros', diz Lula

O ex-presidente disse que seus adversários pensavam que sua trajetória política estaria acabada após a prisão do ex-ministro

13 DEZ 2017 • POR • 20h00
Lula disse que seu ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi quem contou aos procuradores 'uma mentira maio' - Divulgação/Fotos Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (13) que seu ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi quem contou aos procuradores "uma mentira maior" que a dos outros delatores da Operação Lava Jato.

Lula disse que seus adversários pensavam que sua trajetória política estaria acabada após a prisão de Palocci, mas na avaliação do petista a conclusão está errada, pois ele lutará "até as últimas consequências" para disputar as eleições de 2018.

"Prendeu [o empresário José Carlos] Bumlai, 'Lula acabou', quando Marcelo Odebrecht for preso, e ele já está preso há dois anos e meio, agora prenderam Palocci, agora vai dar. E Palocci foi lá contar uma mentira maior que a dos outros", disse o ex-presidente durante reunião das bancadas do PT na Câmara e no Senado, em Brasília.

Em proposta de delação premiada entregue ao Ministério Público Federal, Palocci teria dito que o ditador líbio Muammar Gaddafi doou secretamente US$ 1 milhão para a campanha presidencial de Lula em 2002, quando o petista venceu José Serra (PSDB). A informação é da revista "Veja".

O ex-ministro teria dito que ele próprio seria o responsável por trazer o dinheiro ao Brasil, sem deixar rastros de sua origem. De acordo com a reportagem, Palocci disse que tem comprovantes das operações.

Em seu discurso aos petistas, Lula não citou diretamente o episódio, tratando apenas como "mentiras" as possíveis afirmações do ex-ministro, que sempre foi um de seus homens de confiança.

A fala do ex-presidente foi a primeira reação pública de Lula à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região em marcar o julgamento do caso tríplex para 24 de janeiro.

O petista afirmou ainda que não quer ser candidato se for culpado e que seria uma "leviandade" disputar a Presidência da República no ano que vem se houvesse "alguma prova" contra ele.