DL e jornalista Francisco Aloise ganham prêmio de Direitos Humanos

Material relata as prisões, dramas e torturas de sindicalistas e políticos nos calabouços do navio-prisão, durante a ditadura militar, em 1964

11 DEZ 2017 • POR • 10h30
Jornalista Francisco Aloise foi um dos vencedoras do 34º Prêmio de Direito Humanos Latino-Americano de Jornalismo - Arquivo/DL

A série de reportagens sobre as torturas no navio-prisão Raul Soares, ­publicadas no Diário do Litoral pelo jornalista Francisco Aloise, foi uma das vencedoras do 34º Prêmio de Direito Humanos Latino-Americano de Jornalismo, promovido pelo Movimento Justiça e Direitos Humanos(MJDH) do Rio Grande do Sul, com sede em Porto Alegre.

Transformado em livro-reportagem, o material relata as prisões, dramas e torturas de sindicalistas e políticos nos calabouços do navio-prisão, durante a ditadura militar, em 1964, e a incessante busca da verdade pelos presos ­sobreviventes daquela época e seus ­familiares.

Com o título Cárcere Flutuante: Verdade Ainda Submersa, o texto jornalístico disputou na categoria Grande Reportagem e recebeu Menção Honrosa dos jurados que, ao todo, tiveram que analisar 303 trabalhos jornalísticos do Brasil e outros países latino-­americanos, sobre violação dos direitos humanos, distribuídas nas várias categorias.

Além de Francisco Aloise, também foram premiados, na categoria Grande Reportagem, os jornalistas Igor Patrick Silva, com uma reportagem sobre as ­haitianas estupradas por soldados da ONU e Alexandre Rodrigues de Santi, com reportagem sobre Nazismo no ­Brasil.

Nas reportagens e televisão, a TV Record foi a grande vencedora com três prêmios. Houve também premiações para o jornalismo online e de rádio e revistas semanais.

A entrega do prêmio ocorre hoje, em solenidade na sede do MJDH, em Porto Alegre.

Filme

O livro-reportagem Cárcere Flutuante também está sendo base para um filme de longa metragem que será rodado em Santos, em 2018, com lançamento previsto para 2019. A direção é de Tanah Correa, e o papel principal será do ator global Alexandre Borges, que vai representar o médico Thomas Maack na ­telona.

Maack, que se exilou em Nova Iorque (Estados Unidos) recentemente veio ao Brasil e esteve na redação do Diário do Litoral, é considerado pelos presos do navio e seus familiares, o personagem principal desta triste história ocorrida em Santos, o maior porto da América Latina. Ele também foi um dos presos do navio.