Acordo pode banir vinhos, queijos e mortadela dos supermercados

Caso o acordo seja confirmado, indústrias e laticínios do Brasil terão de mudar o nome e a embalagem de seus produtos

10 DEZ 2017 • POR • 11h01
É o caso dos vinhos prosecco, dos queijos feta, gruyere, gorgonzola, parmesão e grana padano e da mortadela bolonha - Divulgação

A iminente assinatura de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia pode provocar uma revolução no comércio de alimentos e bebidas no Brasil. A discussão entre os dois blocos deve ser concluída ainda este ano e vai proibir o uso pela indústria brasileira de nomes ‘patenteados’ por nações europeias. Esse é o caso dos vinhos prosecco, dos queijos feta, gruyere, gorgonzola, parmesão e grana padano e da mortadela bolonha.

Assim, o termo parmesão passaria a ser usado exclusivamente para o queijo Parmigiano Reggiano, produzido na Itália. Caso o acordo seja confirmado, indústrias e laticínios do Brasil terão de mudar o nome e a embalagem de seus produtos. Mais: o setor produtivo terá de promover um novo registro de seus produtos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Essa restrição ao uso de nomes ‘patenteados’ através da indicação geográfica de origem obrigou produtores brasileiros de ‘champanhe’ a mudar o rótulo de seus produtos a partir de 2013. Isso porque o termo só pode ser usado nos vinhos da região de Champagne, na França. Desde então, as vinícolas do Brasil só podem identificar bebidas gaseificadas de uva como ‘espumante’.

Mesmo marcas registradas e consolidadas no País, constantes da legislação brasileira de bebidas, como Genebra e Steinhaeger terão de se adaptar à nova regra por exigência da União Europeia. A lista de produtos com indicação geográfica que a União Europeia pretende proteger contém 347 nomes de alimentos e bebidas. A do Mercosul tem 200.

O Greenpeace obteve documentos da negociação que preveem um aumento de até 200% na exportação de carne do Mercosul para a Europa após a assinatura do acordo. A denúncia com 171 páginas revelou que isso representaria sério risco de danos irreversíveis no Chaco, bioma que cobre Argentina, Bolívia e Paraguai. Para cumprir o compromisso também seria preciso abrir novas áreas de pastagem na Amazônia e no Cerrado brasileiro.

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