Mourão quer levantamento minuncioso dos índices de criminalidade na região

A decisão foi tomada ontem de manhã, durante a 215ª reunião do Condesb que discutiu o sucateamento da polícia

1 NOV 2017 • POR • 10h00
Mourão disse que as estatísticas precisam ser menos políticas e mais técnicas - Rodrigo Montaldi/DL

O presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e prefeito de Praia Grande Alberto Mourão (PSDB) vai cobrar do delegado geral do Estado de São Paulo, Youssef Abou Chahin, um levantamento minucioso e por cidade dos índices de criminalidade na região. A decisão foi tomada ontem de manhã, durante a 215ª reunião do Conselho que discutiu o sucateamento da polícia. O encontro foi no salão de eventos do Hotel Chácara do Mosteiro, em São Vicente.

Mourão fez questão de enfatizar que as estatísticas apresentadas à população pela Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado (SSP-SP) precisam ser menos políticas e mais técnicas.

“Tem que deixar de ser uma obrigação institucional e política. Eu quero informações mais precisas e científicas. Os prefeitos têm que ter acesso irrestrito a elas. Preciso saber quem é o polo ativo e o passivo nesse processo. Quero saber se o ato infracional está sendo cometido por adolescente, adulto, suas idades, enfim. Essas informações permitiram que eu defina quais as políticas públicas poderemos implantar em cada bairro e cada cidade. Números frios não podem ser mais aceitáveis”, disse Mourão, bastante irritado com a situação.

O presidente do Condesb vai mais longe. Vai encaminhar um pedido oficial a todos os deputados para que se crie um projeto de lei na Assembleia Legislativa que obrigue o Governo do Estado à disponibilizar estudos mais técnicos e aprofundados sobre a segurança pública de cada município. “As prefeituras precisam ser envolvidas nesse processo. Participar do trabalho preventivo e de investigação. Saber exatamente o que e como enfrentar”, afirma o presidente do Condesb.    

Mourão ainda questiona: “se a cidade possui altos índices de furto de celulares, precisamos saber para onde estão indo esses aparelhos, numa operação conjunta até junto à Fazenda do Estado. Se estão roubando pneus, temos que saber onde estão sendo vendidos, quem são os receptadores, enfim. A omissão na investigação permite que o impulso do furto e do roubo”, afirma, lembrando que em sua cidade (Praia Grande) não é permitida as feira do rolo. “Ou essas feiras vendem produtos com origem lícita ou têm que ser proibidas. Eu proibi em Praia Grande, mesmo sendo pressionado politicamente”, disparou.

Liberação de verbas

Na reunião, foram aprovados os pedidos das prefeituras de Praia Grande e Guarujá, que conseguiu R$ 1,8 milhão para iluminação pública ornamental da avenida da orla e do calçadão na Praia do Tombo e mais R$ 2,2 milhões para obras semelhantes na Praia de Pitangueiras.      

Já Praia Grande obteve mais R$ 551,1 mil para complementar os investimentos no projeto Cerco Eletrônico, que prevê a instalação de câmeras de monitoramento de veículos (com identificação de placas) nas vias marginas à rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055). Em setembro, o Condesb liberou R$ 751,1 mil para este empreendimento., mas a Administração decidiu solicitar mais verbas, uma vez que irá investir  R$ 1,2 milhão no Cerco Eletrônico.