Doria promete mais comida fresca e menos desperdício em São Paulo

O prefeito busca amenizar a polêmica em torno da farinata, que passou a ser tratada como política secundária

30 OUT 2017 • POR • 08h30
Gestão Doria diz ter uma série de ações para distribuição de alimentos in natura - Divulgação/ASCOM-PMSP

A gestão João Doria (PSDB) diz ter uma série de ações para distribuição de alimentos in natura e promete ampliá-las. Assim, busca amenizar a polêmica em torno da farinata, que passou a ser tratada como política secundária.

"Estendemos o programa de hortas urbanas e temos uma política de apoio aos agricultores na área rural [em Parelheiros, no extremo sul]", disse a secretária municipal do Trabalho e Empreendedorismo, Aline Cardoso.

Outra medida, segundo a secretária, é um programa de combate ao desperdício, iniciado no mercado Kinjo Yamato, ao lado do Mercadão. Em dez dias, diz a prefeitura, foi arrecadada 1,2 tonelada de frutas, legumes e verduras.

A ideia é que os produtos de qualidade que restaram nas gôndolas ao final do dia sejam encaminhados a entidades, que, por sua vez, distribuirão às pessoas carentes.

A administração diz que melhorou o apoio à agricultura familiar, por meio do atendimento técnico a cem agricultores familiares e da oferta de maquinário para plantio. Também prevê o mapeamento de 150 hortas urbanas, entre públicas e privadas. Diz ainda que vai ampliar a compra de produtos orgânicos ou vindos de agricultura familiar para a merenda escolar.

Segundo a prefeitura, tudo faz parte do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e serádiscutido na câmara técnica municipal responsável, em reunião na próxima quarta-feira (1º). A Folha mostrou na semana passada que o grupo, que envolve várias secretarias, não se reúne há 11 meses.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social diz que são distribuídas 367.152 refeições por dia em centros de acolhida.

Já o governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma apostar nos 22 restaurantes populares da rede Bom Prato (que oferece refeições a R$ 1), no Programa Vivaleite e em ações de apoio a agricultores. No Bom Prato, são 38 mil refeições diárias na capital, segundo a gestão tucana.

Já o Vivaleite distribui anualmente na cidade 17 milhões de litros do produto, diz a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. O leite é oferecido a cerca de 43 mil crianças e 54 mil idosos por mês. "Há toda uma estrutura montada para não permitir que ninguém chegue numa situação de fome", afirma o secretário Floriano Pesaro.

Ele inclui nesse processo o o programa estadual Renda Cidadã, que tem meta de atender 12.560 pessoas em 2017.

A Secretaria Estadual de Agricultura diz que investe na criação de hortas urbanas, na capacitação de pessoas para conscientização sobre alimentação saudável e em feiras de orgânicos com itens vendidos direto do produtor, mais baratos.

O Ministério do Desenvolvimento Social citou o programa de distribuição de renda Bolsa Família -com 466,6 mil famílias beneficiadas na cidade- como um dos mecanismos adotados pelo governo federal para reduzir os índices de desnutrição no país.

Além disso, o ministério elenca outras iniciativas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que transfere recursos aos municípios para reforçar a merenda, e o acompanhamento nutricional feito por estabelecimentos de saúde nas cidades.