Zumba: o exercício físico que ganha da preguiça

Assistir a uma aula tira de vez aquela ideia da cabeça de que se exercitar é uma prática chata

21 OUT 2017 • POR • 11h01
Ao acompanhar uma aula, não dá para negar a desenvoltura dos professores de Zumba - Rodrigo Montaldi/DL

Duas da tarde de uma terça-feira. Essa é a hora que mais uma aula de Zumba começa na academia Ocean Fitness, na Ponta da Praia, em Santos. Na sala cheia de espelhos, as alunas aguardam animadamente o início das atividades. Animadamente? Pois é, esse é o clima que paira antes da modalidade que mistura a dança e o exercício físico começar. Não tem desânimo nem cansaço.

Assistir a uma aula tira de vez aquela ideia da cabeça de que se exercitar é uma prática chata – se bem que parece que cada vez mais pessoas estão se conscientizando de que praticar exercícios é mais importante do que se pensa.

Pelo menos é o que levantou uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2014, que mostrou que o número de praticantes de algum exercício físico no Brasil cresceu 11,55% nos últimos cinco anos (2009 até 2013), passando de 30,3% em 2009 para 33,8% em 2013.

A aula começa. Em ritmos latinos como a salsa, cumbia, mambo e reggaeton, as alunas (no dia da Reportagem havia apenas mulheres, mas homens também praticam), começam a remexer o corpo. É possível observar que os passos cobram que os músculos das coxas, panturrilhas, braços, abdome, costas e glúteos trabalhem bastante.

Porém, outras observações que ultrapassam os benefícios ao corpo físico merecem ser ditas. O nível de concentração é altíssimo, já que enquanto a professora Mayara Martha executa os passos, os olhos das alunas não desgrudam da coreografia. Para facilitar, a educadora indica com os dedos da mão o lado que o corpo deve seguir e a quantidade de repetição de cada movimento.

Outro detalhe é o charme implícito nos gestos. Com as mãos para cima, as alunas descem e cruzam os braços devagar até abraçar o próprio corpo. Para a educação física o movimento ajuda a fortalecer os membros superiores e as costas. Para a mente parece demostrar a importância de amar o próprio corpo, seja ele jovem ou mais vivido, de manequim 36 ou 52.

Aliás, esta é uma das características da Zumba: poder ser praticada em qualquer faixa etária e peso. Basta que o exame médico esteja em dia e a pessoa tenha uma dose de ritmo e coordenação motora.

Eloisa Souza, de 59 anos, segue com desenvoltura a coreografia. Desde que começou a praticar a Zumba, em maio deste ano, ela afirma que o fôlego ­melhorou, está mais disposta e ­emagreceu.

“A dança fez parte da minha vida por muitos anos, mas durante um tempo precisei parar. Agora que estou de volta me sinto bem melhor de novo”, explica.

Questionada se é difícil decorar a coreografia, ela diz que não. “O problema é quem falta demais, daí fica complicado mesmo. Se a pessoa mantém a frequência, em um mês consegue acompanhar tudo tranquilamente”, afirma.

Gisele Antunes diz que a aula é na verdade, a sua terapia. “Gosto da música! São ritmos que não enjoam porque não tocam nas rádios. Faz bem para o corpo e para a cabeça. Em um ano praticando a Zumba, perdi 25 Kg”, declara.

Como é a preparação de uma aula de Zumba?

Ao acompanhar uma aula, não dá para negar a desenvoltura dos professores de Zumba. Cada aula dura em torno de uma hora, o que, segundo Mayara Martha, rende em torno de 15 músicas.

“A Zumba é uma marca, tem todo um preparo. Passo o dia ensaiando para repassar aos alunos. Para facilitar o aprendizado tem uma técnica de antecipação de passo, onde o professor indica o lado e a quantidade de repetições. Por isso essa modalidade pode ser feita por qualquer pessoa”, detalha a professora.

Mayara explica que a Zumba envia o material mensalmente e o tempo até pegar toda a coreografia depende do grau de dificuldade dos passos.

“Eu ensaio em casa. Tem coreografia que pego em meia hora. Outras mais complicadas demoro mais. Aí monto a seleção de músicas e trabalho com ela durante o tempo necessário para a turma pegar, sempre trocando a ordem das músicas e acrescentando uma nova a cada dia”, explica.

A história da Zumba

Zumba é um programa fitness inspirado principalmente pela Dança Latina. Foi criado pelo coreógrafo de Miami, Alberto “Beto” Perez, na década de 90.

A mistura da dança com exercícios específicos de treino cardiovascular tornaram o programa um sucesso mundial presente  atualmente em 180 países.

Além de promover o trabalho muscular, a Zumba aumenta a resistência cardiovascular e, dependendo da intensidade dos movimentos, pode-se gastar por aula cerca de 1000 calorias ou mais.