Queda no desemprego será foco do governo

A ideia é que Temer volte a se ancorar no discurso de que a situação econômica do país melhorou, principalmente com a redução do número de desempregados

18 OUT 2017 • POR • 11h01
emer vai apostar em um inflamado discurso sobre a redução do desemprego para tentar ganhar fôlego até o fim de seu mandato - Rodrigo Montaldi/DL

Sem força política para comandar votações importantes no Congresso, Temer vai apostar em um inflamado discurso sobre a redução do desemprego para tentar ganhar fôlego até o fim de seu mandato.

A ideia é que Temer volte a se ancorar no discurso de que a situação econômica do país melhorou, principalmente com a redução do número de desempregados, hoje em cerca de 13 milhões de pessoas.

Segundo o núcleo político do governo, a nova lei trabalhista - que entra em vigor dia 11 de novembro - impulsionará contratações em vários setores, além dos postos temporários criados no fim do ano, que devem endossar o desejado cenário positivo.

O otimismo do Palácio do Planalto, porém, não encontra respaldo na equipe econômica. Cautelosos, integrantes do Ministério da Fazenda afirmam que a melhora nos índices de desemprego será “vagarosa” e que não há indícios, por parte do mercado, de um boom nas contratações com a vigência da nova legislação trabalhista.

Somada a esse ruído com a área econômica há ainda no Planalto a avaliação de que o governo sofrerá um inevitável redesenho após a votação da segunda denúncia contra Temer na Câmara.

Deputados aliados prometem retaliação nas votações ao reclamar do não cumprimento das promessas do presidente, que se comprometeu a liberar cargos e emendas em troca de apoio para se livrar da primeira ­denúncia.

Ciente de que já gastou muito de seu capital político, Temer foi então aconselhado por assessores a não adotar medidas impopulares nos próximos meses e a apostar em número positivos da economia que não dependam da agenda ­legislativa.

Auxiliares defendem, por exemplo, que o presidente postergue a assinatura da elevação da alíquota da contribuição previdenciária, de 11% para 14%, do adiamento do reajuste de salário dos servidores e da nova tributação de fundos exclusivos.

Integrantes da equipe econômica reagem e dizem que, diante do pessimismo quanto à aprovação da reforma da Previdência, contam com isso para fechar a meta de 2018.