Júri de PM acusado de matar Ricardo Joaquim começa amanhã

O julgamento foi adiado três vezes neste ano; réu nega o crime

17 OUT 2017 • POR • 19h21
Ex-secretário de Governo de Guarujá, Ricardo Joaquim foi morto a tiros durante uma reunião política em 2012 - Arquivo/DL

Após três adiamentos, o júri do policial militar Anderson Willians da Silva, acusado de matar o ex-secretário de Governo de Guarujá Ricardo Joaquim, será realizado a partir das 13 horas de amanhã (18), no Fórum da Barra Funda, na capital paulista. A previsão de duração é de até três dias. Será o primeiro julgamento do caso, que tem outros três réus.

Em 19 de julho, quando ocorreu o terceiro adiamento, o juiz Fabrizio Sena Fusari determinou que um defensor público deve participar do júri na hipótese de o advogado do PM, Alex Sandro Ochsendorf, não comparecer.

Em julho, Ochsendorf informou, por meio de um representante, que não poderia participar devido a um problema de saúde. Em 17 de abril, ele abandonou o plenário após ter dois requerimentos indeferidos.

O primeiro adiamento, em 17 de janeiro, ocorreu devido à falta de documentos nos autos e pela revelação de que a arma do crime havia desaparecido do Fórum de Guarujá.

A maior parte das munições também desapareceu. A informação veio à tona no Fórum da Barra Funda em abril e foi um dos motivos que levou Ochsendorf a abandonar o plenário. Ele fez um requerimento para busca imediata das munições no Fórum de Guarujá e a juíza Marcela Raia de Sant'Anna negou.

Ochsendorf sustentou, em abril, que o perito contratado Domingos Tochetto “tem a necessidade” de mexer com os projéteis e com a arma na frente dos jurados.

O crime

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Silva cometeu o delito com cobertura do ex-PM George de Almeida. O crime ocorreu, em 2012, durante uma reunião política em Vicente de Carvalho e, segundo a denúncia, foi cometido a mando dos empresários Felício Bragante e Edis Vedovatti. O ex-PM, que responde preso, e os empresários, soltos, também negam o crime.

Conforme a denúncia, os empresários ordenaram a morte após o ex-secretário descumprir um “acordo” para extinguir ou reduzir débitos de IPTU de uma extensa área no Jardim Virgínia.