Ciência descobre antiinflamatório do futuro em fruta quase extinta na Mata Atlântica

O araçá-piranga corre risco de extinção devido à derrubada da floresta que cobria todo o litoral brasileiro, do Nordeste ao Sul do País

8 OUT 2017 • POR • 10h01
O araçá-piranga tem potencial para se tornar um dos anti-inflamatórios mais importantes do mundo - Reprodução

Estudo recentemente publicado no Journal of Functional Foods por cientistas brasileiros com cinco frutas típicas da Mata Atlântica apontou que o araçá-piranga tem potencial para se tornar um dos anti-inflamatórios mais importantes do mundo nas próximas décadas. Pertencente ao gênero das Eugênias, que reúne 400 espécies na Mata Atlântica, o araçá-piranga corre risco de extinção devido à derrubada da floresta que cobria todo o litoral brasileiro, do Nordeste ao Sul do País.

Como essas frutas já são difíceis de serem encontradas na natureza, elas foram fornecidas por dois sítios localizados no interior de São Paulo. Um desses produtores rurais possui a maior coleção de frutas nativas do Brasil, somando mais de 1,3 mil espécies plantadas.

Além de possuírem importante atividade anti-inflamatória, além de proteínas e valores nutricionais consideráveis, as frutas da Mata Atlântica também podem ser consideradas alimentos funcionais por conterem propriedades bioativas, antioxidantes, capazes de combater os radicais livres que provocam o envelhecimento celular e doenças decorrentes dele. Essas características colocam as cinco em condição semelhante à amora e às chamadas ‘berries’ americanas, como o mirtilo.

O estudo conduzido por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP) em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (Unicamp) e a Universidade de La Frontera, no Chile, analisou as frutas conhecidas como bacupari- mirim, araçá-piranga, cereja-do-rio-grande, grumixama e ubajaí.