Bebê que necessita de UTI é transferido para São Paulo

O menino estava na Santa Casa de Santos, após ter que sair dos Estivadores por falta de equipamentos que garantissem sua vida

6 OUT 2017 • POR • 10h30
A professora Cristiane Leila e seu irmão e pai da criança, Carlos Alberto da Silva Gonçalves - Rodrigo Montaldi/DL

A Prefeitura de Santos informou que o bebê L.S.G, que nasceu no final de maio no Complexo Hospitalar dos Estivadores, foi transferido ontem para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, hospital geral e de ensino com serviço de excelência em atendimento infantil. O menino estava na Santa Casa de Santos, após ter que sair dos Estivadores por falta de equipamentos que garantissem sua vida. O Diário publicou com exclusividade o caso no último dia 29.  

Segundo a Administração, a vaga foi obtida pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em contato direto com o gabinete da Secretaria de Estado da Saúde, que mostrou-se sensível ao caso, após dificuldade de apoio da Diretoria Regional de Saúde (DRS-4).

“A Santa Casa, além de um hospital geral filantrópico, possui um serviço de referência em Pediatria no Estado, atendendo em diversas subespecialidades, como cardiologia e gastroenterologia. Isso vai contribuir para a investigação diagnóstica e adoção das melhores medidas terapêuticas”, explicou o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz.

A Prefeitura complementa dizendo que a criança, cuja família veio da cidade de Sete Barras (Vale do Ribeira), recebe toda assistência médica desde o nascimento no Estivadores. Devido ao seu quadro clínico, ela requer cuidados médicos especiais e passa por diversos exames e procedimentos para a manutenção da vida. Na última terça (3), a Central de Regulação de Vagas do Município conseguiu a transferência do bebê para um leito de UTI pediátrica na Santa Casa de ­Santos.

Manchete

A história de L.S.G, que foi manchete do Diário, acabou pressionando os órgãos públicos e mobilizou várias pessoas que foram prestar solidariedade à família. A tia da criança, professora Cristiane Leila da Silva Gonçalves e seu irmão e pai do menino, Carlos Alberto da Silva Gonçalves, estiveram na redação do jornal após terem batido na porta da Defensoria Pública, que havia dado 24 horas para que a Direção dos Estivadores transferisse o bebê, por conta da situação emergencial de saúde da criança e a necessidade de tratamento adequado. A família estava há meses tentando e não ­conseguia.

24 horas

Vale a pena ressaltar a Defensoria Pública de Santos foi implacável na ajuda à criança. A defensora Lais Rabello Zaros se baseou no relatório de uma médica neonatologista do próprio Estivadores, que atestou que a UTI Neonatal, a qual o menino estava internado desde quando nasceu, só tinha condições de atendimento de bebês com até 28 dias de vida.

“O paciente necessita de atendimento médico especializado em crianças maiores de um mês, além de exames específicos que não dispomos em nosso serviço”, afirmara a ­profissional.

A médica salientava que a criança aguardava a realização de vários exames e precisava de uma investigação diagnóstica para saber porque ainda dependia de ventilação mecânica e intolerância alimentar, bem como, porque de sua má formação do sistema urinário. Ela elencou nove ­possíveis ­diagnósticos sobre a saúde de L.S.G.