O legado olímpico

Hoje, quero levantar uma questão importante para o esporte

1 OUT 2017 • POR • 17h30

Hoje, quero levantar uma questão importante para o esporte. Nosso país sediou, no ano passado, a maior competição esportiva do planeta. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Na realidade são dois megaeventos, em número de participantes, público, mídia, estrutura principal e de preparação para esta grande celebração do esporte mundial.

Confesso que, quando soube que o Brasil se candidataria a receber os Jogos, fui contra, pensava e hoje tenho certeza, que nosso país tem muitas outras prioridades à frente de algo tão dispendioso. Fomos escolhidos, talvez de maneira duvidosa, e recebemos essa notícia com a oportunidade de que os Jogos deixariam um enorme legado. Ouvimos muito essa palavra, Legado, como, se o Brasil pudesse, além de organizar o evento, preparar muito bem seus atletas e técnicos, criar centros esportivos de alto nível, ainda ser capaz de gerir e continuar desenvolvendo o esporte após 2016.

Uma notícia que li na semana passada, e compartilhei em redes sociais, nos mostra que caminhamos muito, evoluímos em vários aspectos, mas podemos estar próximos de um enorme retrocesso. Foi enviada à Câmara dos Deputados a proposta do governo federal para a Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano que vem a qual prevê que a verba disponível para programas do Ministério do Esporte sofra uma redução de 87% na comparação com o cenário já de escassez de 2017.

Se aprovada, essa redução prejudicará o desenvolvimento do esporte brasileiro, em vários segmentos, desde a base, com recursos para manutenção e criação de centros esportivos, preparação de jovens atletas para treinamentos e competições, programa nacional de controle de dopping e até a preparação e competições de atletas de alto rendimento.

Temos exemplos positivos do tal Legado, o Centro de Treinamento Paralímpico, acredito que seja o maior deles em termos de estrutura de alto nível, mas vejo com tristeza e apreensão o rumo que o esporte brasileiro pode tomar.

Sei que estamos vivendo um momento difícil em nosso país, mas o esporte de base ajuda a formar melhores cidadãos, já o alto rendimento cria referências positivas, exemplos que também são importantes para as próximas gerações. Nosso papel é, como cidadãos, lutar para que o esporte mantenha seu brilho.