Coreia do Norte tinha Guam em mente ao lançar míssil, diz ministro japonês

O artefato percorreu uma distância de 3.700 quilômetros e sobrevoou o norte do Japão, antes de cair no oceano

15 SET 2017 • POR • 13h30
Itsunori Onodera afirmou que a Coreia do Norte tinha a ilha norte-americana de Guam 'em mente' - Associated Press

O ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, afirmou nesta sexta-feira (15) que a Coreia do Norte tinha a ilha norte-americana de Guam "em mente" ao disparar novo míssil que sobrevoou o Japão nesta quinta (de Brasília).

O artefato percorreu uma distância de 3.700 quilômetros e sobrevoou o norte do Japão, antes de cair no oceano, a quase 2.000 km ao leste da costa da ilha nipônica de Hokkaido.

"É um alcance que permite atingir Guam", disse Onodera sobre a base militar no Pacífico que fica a 3.400 km da Coreia do Norte.

Em agosto, o ditador Kim Jong-un apresentou plano para atacar Guam após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar retaliar Pyongyang com "fogo e fúria". Poucos dias depois, entretanto, o regime norte-coreano recuou e adiou o projeto.

De acordo com Onodera, a Coreia do Norte continuará realizando "ações similares" ao teste desta quinta por causa das novas sanções a Pyongyang impostas pela ONU na segunda (11). A A medida proíbe as exportações têxteis de Pyongyang e restringe o seu abastecimento em petróleo e gás.

Reunião de emergência

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o último disparo norte-coreano e anunciou que, na semana que vem, o país asiático será tema da Assembleia Geral da entidade.

Mas, ainda nesta sexta, o Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião de emergência para discutir o lançamento. O evento deve começar às 16h (de Brasília).

Esta é a segunda vez em menos de um mês que um míssil norte-coreano sobrevoa o Japão. Em 29 de agosto, um projétil lançado por Kim atravessou a ilha japonesa de Hokkaido antes de se desfazer em pedaços e cair no mar.

"O Japão nunca tolerará os perigosos atos de provocação da Coreia do Norte que ameaçam a paz no mundo", afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, após o disparo desta quinta.