A leveza de uma catadora de recicláveis em cena com Aurora

Espetáculo da Cia Arueiras do Brasil fala com leveza sobre exclusão social e situações limites

7 SET 2017 • POR • 11h02
Personagem Aurora é a poesia que brota da mais dura realidade vivida por catadores de recicláveis no Brasil - Delba Beraldi

Aurora surgiu dentro de um projeto de teatro e reflexão. E assim, unindo duas palavras diferentes quando grafadas de forma separada, porém indivisíveis quando escritas assim, lado a lado, o projeto da Cia Arueiras do Brasil encerra a mostra regional do FESTA 59 hoje, no palco do histórico Teatro Guarany.

Em cena, a atriz Arlete Ramello encarna a simpática senhora que apesar do peso da idade continua trabalhando como catadora de recicláveis.

“Queria escrever um monólogo, pois isso seria um desafio para mim enquanto diretor e para Arlete enquanto atriz. Queríamos também falar de um tema delicado de forma leve. Tratar a vida de uma catadora de recicláveis não como uma coitada, mas como uma trabalhadora. Passamos pelas ruas e sequer notamos essas pessoas. Parece que todo mundo é igual, sem história. Aurora vem na contramão disso”, conta Edivaldo Costa.

Para Arlete, o pior de Aurora está na sua estampa. “O que vem dela não é aquela desgraça que a imagem e a profissão dela fazem, de forma preconceituosa, a imaginação da gente pensar. Ela vê a vida de uma forma otimista”, afirma Arlete.

O espetáculo foi concebido a partir do decreto de 11 de Setembro de 2003 onde foi criado o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo. O grupo busca de forma leve e agradável, informar e conscientizar através de seus textos reafirmando a importância de um trabalho voltado para a “intergerações” uma vez que todos os seres humanos viverão em melhores condições intelectuais a partir do momento que respeitarem às diferenças não somente das faixas etárias pelas quais todos passarão, mas também das classes sociais e tudo o que ela representa.