Teorema 21 leva obra do cineasta italiano Pasolini para o teatro

‘Qual seria o possível teorema para os dias atuais?’, questiona obra do Grupo XIX de Teatro

6 SET 2017 • POR • 09h01
Peça é a tentativa de falar sobre um mal estar geral que estamos vivendo em nossa sociedade - Jonatas Marques/Divulgação

Uma família retorna ao seu antigo lar. Ao buscar encontrar novas possibilidades de existência nesse ambiente antigo, recriam as suas relações e experimentam novas formas de contato. O núcleo familiar é constituído por um patriarca, a mãe, o filho e a filha. Vive na casa, ainda, a criada Emília. Tudo parece estável. Mais do que isso, estagnado. A chegada de um estrangeiro ameaça transformar a estrutura dessa família.  Esse é o enredo de ‘Teorema 21’, espetáculo do grupo XIX de Teatro de São Paulo que será apresentado amanhã no Centro Cultural Cadeia Velha.

Com direção de Luiz Fernando Marques e dramaturgia de Alexandre Dal Farra, peça é livremente inspirada na obra Teorema, do italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Cineasta, escritor e poeta, Pasolini é considerado um artista visionário e fazia duras críticas ao consumismo.           

A trama se passa na casa onde a família morou há alguns anos e agora volta sem nenhum motivo aparente. O público é inserido no interior da sala de estar e pode girar as cadeiras para escolher o melhor ângulo para cada cena.  

Ao ler o livro de Pasolini, Alexandre Dal Farra se deparou com a questão: qual seria um possível teorema para os tempos atuais? “Não se trata de pensar sobre as alterações das relações familiares, mas sim, nas mudanças na dinâmica do próprio capital, e na sua relação com a ideologia. O capitalismo ainda precisa de ideologia? Talvez essa seja a questão central da peça, ao meu ver”, explica Dal Farra.

Para Luiz Fernando Marques a peça é a tentativa de falar sobre um mal estar geral que estamos vivendo. “A obra de Pasolini é muito importante, muito presente na peça, é a alegoria da burguesia no inicio dos anos 60.

Agenda

>> 15h | Praça dos Andradas | Mostra Paralela | ‘Circular: Histórias da Mata’ (Teatro Aberto/Santos);
>> 17h | Centro Cultural Cadeia Velha | Mostra Paralela |  ‘O Jantar’ (Grupo Mamutes Anões das Ilhas Ryukyu/Santos);
>> 18h | Praça dos Andradas | Mostra Paralela | ‘Treinalhaço: a competição do quem erra mais’ (São Bernardo do Campo);
>> 19h | Praça dos Andradas | Mostra Paralela | ‘O Conto da Cantuária’ (Teatro Imaginário Maracangalha/MS);
>> 19h45 | Praça dos Andradas | Mostra Paralela | Performance ‘É du Vaziu’, com Matheus Lípari (Cubatão) ;
>> 20h | Praça dos Andradas | Mostra Nacional| ‘O Show do Pimpão’ (A Brava Cia/São Paulo);
>> 21h | Teatro Guarany | Mostra Nacional | ‘Urubu no Ar’ (Cia Quase Cinema/Taubaté);
>> 23h59 | Embarque das catraias no Paquetá/Mercado Municipal | Mostra Regional | ‘Zona!’ (O Coletivo/Santos).