Prefeitura de Santos vai cobrar segurança das universidades

Del Bel irá se reunir com representantes para pedir câmeras de monitoramento nas unidades de ensino

4 SET 2017 • POR • 10h00
Prefeitura vai tentar convencer universidades a instalarem câmeras de monitoramento para segurança dos alunos - Rodrigo Montaldi/DL

A reportagem veiculada na última segunda-feira (28), intitulada “universitários de Santos exigem segurança”, levou a Prefeitura de Santos a tomar algumas decisões. Na última sexta-feira (1º), um dia após uma reunião com algumas lideranças estudantis, o ouvidor Rivaldo Santos disse que a Administração irá cobrar das universidades a implantação de câmeras de segurança direcionadas para as ruas de entorno dos campus.  

“Estamos entrando em contato para cobrar respostas sobre um projeto apresentado pela Secretaria de Segurança para que as universidades instalem câmeras em suas fachadas e em áreas próximas para poder ajudar no monitoramento municipal. Esse projeto foi apresentado há dois anos”, disse o ouvidor.

Rivaldo Santos acredita que segurança pública é um dever compartilhado entre os governos e, no caso, das universidades. “Alunos são clientes das universidades, pagam as mensalidades. Portanto, é importante que eles se sintam protegidos. O secretário Sérgio Del Bel (Segurança) vai reagendar uma reunião com as universidades para ver de que maneira elas podem contribuir. Câmeras não são tão caras assim e a iniciativa não é só social e de segurança, mas serve como marketing para as universidades”, completou.

Encaminhamentos

O ouvidor revelou que no próximo dia 12, às 10 horas, os estudantes serão encaminhados para uma reunião com a presidência da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para melhorar a sinalização de solo das ruas do entorno das universidades, com a implantação de faixas de segurança, vagas para deficientes e outros.

“No dia 18, às 17 horas, a reunião será com o 7º Conselho de Segurança, onde as pautas de segurança dos estudantes serão apresentadas. Também vamos instituir a Ouvidoria Jovem nos centros acadêmicos, para que os estudantes tenham um retorno de suas reivindicações. Cada centro será habilitado a funcionar como ouvidoria em problemas coletivos e os diretores capacitados para mediar conflitos”, concluiu Rivaldo Santos.

Passeata

É importante ressaltar que todo esse trabalho da Prefeitura de Santos só ocorreu porque, dias atrás, universitários de Santos, liderados por dois centros acadêmicos (CAs) de Direito – Alexandre de Gusmão (Universidade Católica de Santos – UniSantos) e Ariosto Guimarães (Universidade Metropolitana de Santos – Unimes) – iniciaram um abaixo-assinado exigindo mais segurança nas ruas do entorno dos principais campus localizados na extensão da Avenida Conselheiro Nébias.

Eles revelaram que o documento estava percorrendo diversas faculdades e obtendo a adesão de alunos de inúmeros cursos, para posterior envio ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), ao presidente da Câmara, vereador Adilson dos Santos Júnior (PTB) e demais vereadores, aos promotores de Justiça de Santos e ao Comando do 6º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI).     

O abaixo-assinado informa não ser mais aceitável a convivência diária com crimes e atos de violência cometidos pelos marginais que, segundo os estudantes, se aproveitam da omissão do poder público, para “ameaçar a vida, a integridade física e se apropriar do patrimônio de quem bem entende à hora em que se bem entendem”.

Os estudantes enfatizaram que não há medidas preventivas na região e, caso ninguém tome providências, uma outra iniciativa, além do abaixo-assinado, está sendo avaliada, como, por exemplo, uma grande passeata estudantil.

Os estudantes reclamaram de roubos e furtos de veículos e de objetos pessoais como celulares e computadores, principalmente no período noturno. As mulheres são os principais alvos dos marginais, que chegam a atacá-las até em pontos de ônibus, na presença de várias pessoas.

Os alunos pediram iniciativas básicas à Administração Municipal, como a instalação de câmeras de monitoramento, podas de árvores, melhorias na iluminação pública e rondas constantes por parte da Polícia Militar e da Guarda Municipal no entorno das instituições.  

Marcus Santana, do Centro Acadêmico Alexandre de Gusmão, um dos entrevistados pelo Diário, disse que a insatisfação com a segurança também é uma realidade na Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Santos (ESAMC), na Universidade Santa Cecília (Unisanta) e Centro Universitário Lusíada (Unilus). Na última sexta-feira (1), ele disse que os alunos vão continuar cobrando providências.