Deputados viajam às Bahamas atrás de informações sobre brasileiros desaparecidos

Desde 6 de novembro do ano passado, um grupo de 19 imigrantes é considerado desaparecido depois de tentativa de travessia marítima ilegal das Bahamas para os Estados Unidos

3 SET 2017 • POR • 13h30

Deputados que integram a comissão externa da Câmara, criada para investigar as circunstâncias do desaparecimento de 16 brasileiros nas Bahamas no fim do ano passado, embarcaram para o país caribenho em busca de informações sobre o paradeiro dos imigrantes.

Desde 6 de novembro do ano passado, um grupo de 19 imigrantes (entre brasileiros, dominicanos e cubanos) é considerado desaparecido depois de tentativa de travessia marítima ilegal das Bahamas para os Estados Unidos. Dez meses depois, o caso ainda está sem resolução, e pode nunca vir a apresentar uma resposta definitiva.

A comitiva formada por três parlamentares viajou acompanhada de representantes do Itamaraty e da Polícia Federal (PF). Além das Bahamas, o grupo deve passar pela República Dominicana e pela cidade de Miami, nos Estados Unidos.

Segundo o relator do caso na Câmara, deputado Aluízio Mendes (PODE-MA), o objetivo da viagem é passar pelos locais onde atuam os coiotes (traficantes de pessoas) pelos migrantes, e tentar coletar com autoridades locais novas informações sobre o caso.

“São duas vertentes que serão investigadas: a possibilidade de naufrágio e a de que essas pessoas terem sido assassinadas, no intuito de subtrair os pertences que elas tinham durante a viagem. Eu acho que são as duas possibilidades que a comissão irá analisar, investigar, e acreditamos que, dentro das possibilidades, essas são as mais viáveis de terem acontecido”, afirmou Mendes.

O deputado adiantou à Agência Brasil que já tem audiência marcada com o chefe da AIC (American Immigration Council), agência americana de combate à imigração ilegal, e com o comandante da guarda costeira na Flórida, que acompanhou as buscas, além de um representante do FBI (Federal Bureau of Investigation).

Nas Bahamas, os deputados têm reunião prevista com o ministro de assuntos estrangeiros, o chefe de polícia do país e diplomatas brasileiro que atuam na região. Eles voltam ao Brasil na próxima quarta-feira (6).

Para o relator, que também é policial, o Brasil demorou muito para tomar uma providência, e não foi tão diligente na investigação do caso. “Nós achamos que houve uma letargia do governo brasileiro em responder a esse episódio, o que pode ter comprometido muito a elucidação do caso e, talvez, até a localização ainda com vida desses brasileiros”, disse Mendes.

Mendes reconhece que, como já se passou muito tempo, as chances dos migrantes estarem vivos é “tênue”. Mas, ele espera que a missão possa resultar em alguma informação positiva para os familiares das vítimas.