Escola pública de Santos trabalha o cuidado com a terra e as pessoas

Projeto de horta comunitária da EE Azevedo Júnior atua com sistema de permacultura

15 AGO 2017 • POR • 10h30
Projeto é desenvolvido por membros e voluntários do Programa Escola da Família aos sábados e domingos; ideia é trabalhar o cuidar e o compartilhamento - Rodrigo Montaldi/DL

Um espaço ocioso e o desejo de transformação deram vida à horta comunitária da Escola Estadual Azevedo Júnior, em Santos. A união da coordenação da unidade, duas estudantes do Programa Escola da Família e de um voluntário vem gerando resultados positivos na comunidade escolar. Há estufa artesanal e minhocário. O cultivo é baseado na permacultura, sistema que tem como princípio os cuidados com a terra e as pessoas e o compartilhamento.

“A ideia da horta surgiu em 2014. Era pequena. Começamos a plantar alface e temperos, mas por conta do solo não vingou. O espaço era grande e ocioso. Foi quando as meninas do Programa da Escola da Família trouxeram o Thomas e conseguimos transformar o solo”, disse Eliana Maria Grossi, vice diretora da EE Azevedo Junior.

Thomas Tomeco é ativista ambiental e atua como voluntário na escola. Seus cuidados modificaram o terreno da horta. “O solo tinha PH ácido e estava proliferando plantas ácidas e tóxicas. Conseguimos pó de pedra (cal virgem) e conseguimos tornar o PH alcalino e tudo mudou”, explicou. As minhocas também ajudaram no processo. “Elas comem a terra e produzem húmus. ‘Comem’ a terra antiga e produzem nova”.

O método utilizado e trabalhado com os alunos participantes do projeto é da permacultura. “Trabalhamos explicando as diferenças entre a monocultura e permacultura, que tem como princípio cuidar das pessoas e da terra e partilhar conhecimentos. Temos milho, feijão, hortaliças e temperos. Temos a taioba, que é comestível, e plantas que são ricas em proteínas e com poder medicinal”, destacou Tomeco. A horta conta ainda com árvores de jaca, amora e goiaba.

A estudante Karyna, de 12 anos, teve contato maior com a terra na escola. “Já mexia na terra porque vou em um sítio, mas aprendi a mexer com as minhocas na escola. É muito bom”, disse jovem que cursa o 7º ano na escola, enquanto cuidava do minhocário.

PEF

A coordenadora do Programa da Escola da Família (PEF) da Diretoria de Ensino de Santos, Cynthia Maria Costa, destacou a importância do projeto da horta comunitária, que também é realizado em outras escolas. 

“É um espaço de pertencimento da comunidade e dos alunos da escola, que proporciona o contato com a natureza e a biologia. O projeto também pode gerar renda para quem aprende a cultivo”, destacou Cynthia.

A universitária Thayane Ferreira Calixtrato, que cursa Serviço Social e é bolsita do Programa Escola da Família, destacou a relevância do trabalho para a sua formação. “É uma experiência prática que temos para a nossa profissão que trabalha projetos sociais. Nós convidamos os voluntários a participar, assim como chamamos o Thomas”.

Karolyne Almeida, também estudante de Serviço Social, chamou atenção para as outras oficinas oferecidas pelo PEF na EE Azevedo Júnior. “É para os alunos e também aberto à comunidade. O projeto é realizado aos sábados e domingos das 9h às 17h. Temos futebol, tênis de mesa, basquete, aula de dança, alongamento. É só chegar”, ressaltou.

Mais informações sobre a horta comunitária e o trabalho desenvolvido na EE Azevedo Júnior podem ser obtidas na página do projeto no Facebook: Escola da Família E.E Azevedo Júnior.