Vice-prefeito de Cubatão critica metropolização do VLT

Disse que alternativa é a utilização da via férrea, com trens de passageiros, para desafogar trânsito

1 AGO 2017 • POR • 10h00
A reunião em que Sá revelou a pouca praticidade regional do VLT contou com a participação do presidente da Câmara e diretor Companhia Municipal de Trânsito - Divulgação

O vice-prefeito e secretário de Planejamento de Cubatão, Pedro de Sá, disse à Comissão Especial de Vereadores (CEV) da Câmara que trata da integração da malha ferroviária e rodoviária no transporte de passageiros entre Santos e Cubatão que a implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) entre a primeira e São Vicente pouco representa em nível metropolitano, e que isso, vem sido discutido amplamente entre as demais cidades da região.

A CEV está sendo presidida pelo presidente do Legislativo, vereador Rodrigo Alemão (PSDB), e terá a incumbência de no prazo inicial de 45 dias, conduzir os trabalhos. A reunião em que Sá revelou a pouca praticidade regional do VLT contou com a participação do diretor operacional da Companhia Municipal de Trânsito, Sivanildo Olegário de Souza.

Autor do pedido da CEV, Rodrigo Alemão abriu a reunião justificando o objetivo da Comissão, que é buscar uma solução definitiva para desafogar o trânsito existente entre as duas cidades, principalmente no que se refere ao transporte de passageiros. Rodrigo vê na malha ferroviária já existente a melhor alternativa que poderá ser através do Trem de Passageiros, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou até mesmo transporte rápido por ônibus.

Pedro de Sá participou do encontro e elogiou a iniciativa de se formar uma CEV sobre o tema que já vem sido discutido há algum tempo. Ele informou que, em sua opinião, a melhor alternativa é a utilização da via férrea, com trens de passageiros, que contribuirá para a amenizar o gargalo que fica na entrada e saída de Santos, principalmente nos horários de pico. E argumentou que a via já está pronta, inclusive existe a possibilidade dos trens irem até as proximidades de uma das estações do VLT, em Santos.

Após a explanação do vice-prefeito, o presidente Rodrigo Alemão, na qualidade de presidente da CEV, encaminhou ofícios às empresas que operam o transporte coletivo e de trabalhadores nas indústrias locais, pedindo o fluxo mensal de passageiros no Município.

O presidente falou ainda que será agendada reunião da Comissão, em que serão convidados, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo - EMTU, Companhia Municipal de Trânsito – CMT, de Cubatão, para a MRS Logística, e membros dos Poderes Executivo e Legislativo.

Além de Rodrigo Alemão, também integram a CEV os vereadores Cleber do Cavaco (PRB) e Lalá (SD). Caso o prazo de 45 dias não for o suficiente para a conclusão dos trabalhos, o plenário da Câmara poderá prorrogar por mais 45 dias os trabalhos da comissão.

Mourão também questiona trajeto do VLT

Outra liderança regional que questiona a eficiência metropolitana do VLT é o prefeito de Praia Grande e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) Alberto Mourão (PSDB). E ele deixou isso claro durante a 210ª reunião do órgão, em 23 de maio último, em que houve uma apresentação do diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Joaquim Lopes da Silva, responsável pelo modal.  

“Ainda estão previstos R$ 800 milhões em investimentos para as fases dois e três do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) sem considerar os 90 mil passageiros/dia (2,8 milhões de passageiros/mês) que vêm do Litoral Sul com destino a Santos, usando 16 linhas de ônibus. Então, porque não inverter o processo de investimento. No mesmo licenciamento que está sendo feito para se chegar à Ponte dos Barreiros (fase três), seria feito um aditamento para virar à esquerda e levar o traçado, de somente 3,5 quilômetros, para o Terminal Tude Bastos, cuja área já possui licenciamento ambiental e não vai precisar desapropriar nada”. Sugeriu Mourão.  

O presidente do Condesb disse não ter dúvidas que uma reavaliação do investimento resultaria não só em uma melhor mobilidade urbana, como qualidade de vida e economia a milhares de pessoas da região.

“Quantos ônibus entram todos os dias em Santos e que serão retirados do sistema com apenas uma simples mudança de traçado? Quantas pessoas vão se deslocar de forma mais barata e confortável? É só agregar um aditamento à licença ambiental e técnica da fase três. O custo-benefício será imenso. Minha proposta resolve o problema de transporte do Litoral Sul. Basta ter vontade de fazer. Somos uma região metropolitana ou não?”, disse, tirando aplausos dos participantes.   

O prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício Passos de Carvalho Pereira (PSDB) não perdeu tempo na ocasião. Sugeriu que ao Condesb o envio da proposta de Mourão ao Governo do Estado, mesmo após Joaquim Lopes ter descartado a possibilidade de mexer no projeto original.

Na última reunião do Condesb, em Bertioga, Mourão voltou a comentar que sua alternativa é fundamental para melhorar o fluxo de passageiros na região. “Essa alternativa estará no bloco de discussão da mobilidade urbana. Se você chamar técnicos do Mundo todo, eles vão te dizer que é o melhor caminho em termos regionais. As pessoas pensam que eu sugeri a mudança para beneficiar Praia Grande e isso não é verdade. Sugeri porque vai beneficiar a região. Eu quero ouvir os técnicos e você ainda vai escrever muito sobre isso”, disse à Reportagem.