Bebê atingido por tiro está com paraplegia, mas quadro pode ser revertido

O projétil passou pelo crânio do bebê, entrou pelo ombro direito, atingiu a coluna e cruzou o pulmão

7 JUL 2017 • POR • 19h00

A equipe médica do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, que cuida do recém-nascido baleado na barriga da mãe, confirmou que ele está com paraplegia, mas pode reverter o quadro e recuperar os movimentos das pernas. Tudo depende de sua evolução. O estado de saúde da criança ainda é considerado grave.

O projétil passou pelo crânio do bebê, entrou pelo ombro direito, atingiu a coluna e cruzou o pulmão. Segundo o coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do hospital da Baixada Fluminense, Eduardo de Macedo Soares, caso o bebê não regenere os movimentos, essa pode ser sequela mais grave que o bebê levará para vida.

"Esta é uma situação extremamente atípica (bebê atingido por projétil), e a criança apresenta quadro grave. Ainda há risco à vida, mas é menor do que na última sexta-feira, quando ele deu entrada no hospital. Mas ainda é muito cedo para fazer qualquer prognóstico e dizer qual é chance que ele se recupere totalmente e reverta o quadro de paraplegia. Mas os bebês surpreendem a gente", disse o médico. "Esse bebê já é uma criança forte, um campeão, um guerreiro, por tudo o que já passou."

Segundo o coordenador médico de neurocirurgia do hospital, Vinicius Mansur, apesar da lesão pulmonar, a criança respira sem ajuda de aparelhos e só precisa do auxílio de uma ventilação para dar suporte. Ele ainda se alimenta por sondas e não tem previsão de alta hospitalar.

Na última terça-feira, a criança passou por uma cirurgia de descompressão da medula para ela expandir e recuperar a lesão nas vértebras. Cerca de 30 médicos monitoram o bebê, que recebe visitas da mãe, a operadora de caixa Claudineia dos Santos Melo, de 29 anos.

O secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr., elogiou o tratamento recebido pela criança.

"Apesar de o Rio de Janeiro passar pela sua maior crise, com falta de recursos e insumos hospitalares, essa mãe e o bebê estarem vivos é o resultado de uma equipe médica comprometida. Eles tiveram tudo de melhor no tratamento", disse o secretário.