Sandoval Soares quer exercer o mandato com “plenitude” em Santos

Ex-diretor da Cohab, o vereador quer combater o déficit de moradias de maneira metropolitana.

5 NOV 2012 • POR • 09h00

Ao dirigir uma pergunta ao vereador eleito Sandoval Soares (PSDB) não se deve esperar uma resposta de imediato. O despachante aduaneiro que chegará ao Legislativo santista em 2013 graças aos 2.375 votos obtidos no último dia 7 costuma pensar atentamente antes de começar a responder.  E a resposta vem pausada, dando a entender que ele escolhe com cuidado cada palavra.

Foi evidenciando esse estilo que Sandoval concedeu entrevista ao Diário do Litoral, onde explicou que, além de fiscalizar o prefeito, quer priorizar três áreas em sua atuação: Habitação, Saúde e Educação. Embora acumule uma experiência de um ano na diretoria de Habitação da Cohab-Santista por um ano, ele sabe das necessidades em Saúde e Educação no Município.
 
O tucano chega à Câmara de Santos em sua terceira tentativa. Nas duas anteriores, estava no PSB. Também se candidatou a deputado estadual. Antes de passar por essas experiências, ele se considerava “apolítico” e não tem dúvidas em afirmar que devido a esse posicionamento deixou de galgar postos na Cosipa, onde atuou de 1976 a 1991. “Perdi oportunidades maravilhosas de promoção por ser apolítico”.
 
Na Igreja Católica, foi atuando nas pastorais que sentiu a necessidade de atuar para o próximo. Ele destaca um momento especial: no ano de 2000 participou de um congresso da Igreja em Franca, Interior do Estado, quando um bispo perguntou em um ginásio lotado quem era candidato a vereador. “Ninguém levantou a mão. Isso me marcou muito”.
 
A partir desse episódio, Sandoval começou a pensar na ideia de se filiar. Em conversa com alguns amigos surgiu a decisão de se filiar ao PSB por se definir um “social democrata”. A saída dessa legenda se deu naturalmente. “O ciclo foi encerrado”, lembra, ressaltando que a entrada no PSDB, em 2006, foi atendendo a um convite do hoje prefeito eleito Paulo Alexandre Barbosa. 
 
 
A passagem de dois anos na diretoria da Cohab o deixou com uma visão singular da companhia, da qual virou um defensor. Mas ele faz uma ressalva: “Faltou à Cohab a visibilidade de se modernizar. Faltou aquele olhar para o futuro para se tornar uma empresa financeiramente saudável”. A dívida da Cohab, segundo ele, é decorrente de seguidos planos econômicos que deixaram a empresa em uma situação muito difícil. “Acredito na recuperação da Cohab”, diz o ex-diretor cuja função era manter um diálogo com os representantes de movimentos populares de moradia. A relação com esses movimentos gerou frutos na eleição: 18 líderes dos 54 movimentos de moradia o apoiaram na campanha.
 
Sandoval diz ter a noção exata das limitações de um vereador frente aos problemas habitacionais, mas espera sensibilizar o prefeito para enfrentar o déficit de moradias de uma maneira metropolitana. Uma das ideias dele é não poupar sua participação em audiências públicas sobre o setor.
 
Educação
 
Na área da Educação, onde acredita que está a grande oportunidade de transformação da sociedade, o vereador eleito sabe que um dos desafios será resolver a questão da remuneração dos profissionais. “Em Santos, os professores ganham quase a metade dos que os de Cubatão”.
Ele pretende apresentar em plenário uma indicação ao prefeito para estudar a viabilidade de inserir na grade curricular do Município uma matéria que dê noções de cidadania e política. Ele sonha com um futuro onde cada escola tivesse, entre os alunos, “vereadores e prefeitos mirins”. Nesse cenário, ele defende que se passasse, de maneira bem simples, noções da Lei Orgânica do Município. “Isso poderia despertar no jovem vontade de participar da política”.
 
Relação com o prefeito
 
Sandoval afirma que sua relação com o prefeito eleito é muito boa, mas que isso não impedirá ele de “apontar os erros da Administração”. E enfatiza: “Quero exercer o mandato com plenitude. Pretendo discutir muito cada projeto. O que for bom para a Cidade, vamos votar”.