Seminário discute meios de reciclar resíduos orgânicos

Encontro reuniu poder público, entidades civis e especialistas no Sesc Santos. Umas das alternativas seria a compostagem domiciliar e empresarial

29 JUN 2017 • POR • 10h00
Dessa vez, as discussões giraram em torno dos resíduos orgânicos (restos de comida, por exemplo) que podem ser reciclados através do processo da compostagem - Matheus Tagé/DL

Com iniciativa do Fórum da Cidadania de Santos e a Rede Nossa Santos Sustentável, o debate “Soluções Sustentáveis para Gestão de Resíduos Orgânicos”, reuniu na tarde de ontem, no Sesc Santos, representantes do poder público, entidades civis e especialistas para falar sobre o atual panorama da gestão de resíduos do município.

Dessa vez, as discussões giraram em torno dos resíduos orgânicos (restos de comida, por exemplo) que podem ser reciclados através do processo da compostagem e diminuiria consideravelmente a quantidade de lixo que acaba indo para o aterro sanitário.

“Cada um de nós gera em média um quilo de lixo por dia e mais da metade disso é matéria orgânica, ou seja, restos de alimentos que vão para o lixo. Mas, se começarmos a olhar os resíduos orgânicos como recicláveis, reduziremos 50% do nosso volume diário de lixo”, explica Claudio Spínola.

Ele é diretor da Morada da Floresta, uma empresa que cria composteiras domésticas e de uso empresarial, que reduzem o montante de resíduos orgânicos a serem destinados à coleta municipal e têm como produto final adubo orgânico de boa qualidade para hortas e jardins.

As alternativas discutidas visam reciclar além de plástico, vidro, papel, restos de alimentos que, segundo os pesquisadores presentes, são decompostos em três meses através da compostagem caseira. Com a ajuda das minhocas, o processo passa para 30 dias. “Com menos lixo para ser coletado, menor o valor do custo com o serviço municipal”, diz Claudio.

Além da técnica da compostagem doméstica, o seminário discutiu os contratempos causados pelos incineradores. Estudos expostos pelo professor Maurício La Fuente mostraram que diversos países que adotaram este tipo de tecnologia tiveram problemas com a qualidade do ar em longo prazo, causados pela presença do gás metano que é gerado pela queima de resíduos e, atualmente, estão voltando atrás em relação ao processo. Também sugeriu opções para lidar com a questão do lixo de forma metropolitana.

“É necessário que se pense em fazer compostagem com resíduos de poda, usar a tecnologia dos biodigestores de forma intermunicipal para que a quantidade de resíduos seja suficiente para manter o equipamento, incentivar a reciclagem e replicar a lei 952 de Santos nos outros municípios da Baixada Santista”, concluiu La Fuente.

O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, também participou do encontro e disse que o tema resíduos sólidos precisa ser discutido amplamente para evitar erros que já aconteceram em outros lugares.

“Nós estamos contando com os estudos do IPT para buscar melhores opções em relação à destinação final do lixo, perante o fim da vida útil do aterro Sítio das Neves. A Lei Recicla Santos, que entra vigor no próximo dia 2, vem de encontro a esse pensamento e tem como objetivo organizar a logística do lixo. Admiramos as iniciativas tomadas lá fora para resolver esta questão, então porque não inseri-las aqui?”, disse o secretário.

Durante sua palestra, Libório teve de responder diversos questionamentos dos munícipes presentes que ainda têm dúvidas de como a nova lei irá funcionar.