A coleta e destinação do lixo no Litoral Sul

Mongaguá aguarda Cetesb para inaugurar a estação de transbordo. Itanhaém gasta mais de R$ 500 mil para transportar o lixo até Mauá. Em Peruíbe, aterro está próximo ao limite

10 JUN 2017 • POR • 08h00
Na Estrada Coronel Joaquim Branco há uma espécie de ‘lixão’ de resíduos de construção e demolição que ocupa um terreno nas proximidades do Aeroporto de Itanhaém - Rodrigo Montaldi/DL

Mais de 100 quilômetros separam Itanhaém de Mauá. E é esse trajeto que as 80 toneladas diárias de resíduos sólidos do município percorrem até o Aterro Sanitário da cidade do ABC Paulista. Com o antigo lixão interditado em 2008 – a área atualmente está em recuperação – o principal desafio de Itanhaém é equilibrar as contas e pensar alternativas eficazes que diminuam o montante de R$13,5 milhões destinados para o serviço ao longo do ano – sendo R$ 6,3 milhões empregados apenas no transbordo, transporte e disposição final.

O antigo lixão de Itanhaém ficava na Estrada Coronel Joaquim Branco, nas proximidades do Parque Vergara. Embora seja uma área de difícil acesso, a entrada do local é marcada por restos de detritos, lançados até hoje por munícipes. Embora tenha sido lacrado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em 2008 em função das péssimas condições nas quais operava, consideradas ambientalmente inadequadas, há denúncias de que o antigo lixão tenha recebido detritos clandestinos até meados de 2012.

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Antes do fechamento, a Prefeitura de Itanhaém sofreu seis autuações da CETESB, pela disposição inadequada (em 2000, 2002, 2005, 2006 e duas em 2007), totalizando multas com valor de 9.007 UFESPs, equivalente a R$ 134.024,16.

A estrada que leva até o antigo lixão é a mesma que guiou a reportagem do Diário do Litoral até a nova área de transbordo de resíduos sólidos do município, em uma área da empresa Usina Brasil. O vai e vem dos caminhões de lixo é constante na estrada que liga o Aeroporto de Itanhaém até o começo da aldeia indígena do Rio Branco. Ao todo, 10 veículos são utilizados para a coleta (cinco caminhões em cada turno).

É também na Estrada Coronel Joaquim Branco que resiste uma espécie de ‘lixão’ de resíduos de construção e demolição, que embora não tenha sido informado como pertencente à Administração Municipal, ocupa uma faixa considerável de um terreno nas proximidades do Aeroporto de Itanhaém.

Aterro Sanitário de Peruíbe está próximo ao limite

Instalado no bairro Santa Izabel, quase as margens da Rodovia Governador Mário Covas, o aterro sanitário municipal de Peruíbe está com os dias contados: o prazo limite estipulado em 30 meses para que o espaço recebesse os resíduos sólidos do município se encerra neste mês.

A Administração corre contra o tempo para conseguir o licenciamento ambiental e construir um novo aterro sanitário em uma área desapropriada anexa ao atual aterro com vida útil de 20 anos. 

Até maio deste ano, R$ 1,2 milhão foram gastos no serviço de coleta no município. O valor anual gira em torno de R$ 3 milhões.

Mongaguá aguarda aval da Cetesb para inaugurar estação de transbordo

O mato cresce onde outrora toneladas de lixo eram despejados em área localizada atrás da Vila Seabra, em Mongaguá. Lacrado em 2008 - após a Prefeitura sofrer 12 autuações, totalizando 21.100 UFESPs (R$ 313.868,00) pela disposição inadequada de resíduos sólidos domiciliares - o espaço hoje abriga diversas moradias irregulares de madeira.

As 50 toneladas de lixo que anteriormente seguiam para o antigo lixão da Vila Seabra hoje são encaminhadas, em duas viagens, para o Aterro Sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos. A coleta consome, em média, R$8,7 milhões por ano.

Porém, a Prefeitura informou que a Estação de Transbordo de Mongaguá, em breve, iniciará as atividades, já que na última quarta-feira (07), a documentação necessária para a abertura foi encaminhada para a Cetesb e o certificado deve ser assinado pelo secretário de Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Confira a galeria de imagens do repórter-fotográfico Rodrigo Montaldi: